São Paulo, sábado, 17 de janeiro de 2004

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CLIMA

Noroeste fluminense é a região mais afetada após transbordamento de um rio; Minas, Sergipe e Bahia também enfrentam problemas

Chuva castiga o Rio e deixa dez mortos

DA SUCURSAL DO RIO
DA AGÊNCIA FOLHA

Dez pessoas morreram nos últimos dois dias em conseqüência das fortes chuvas que têm atingido o Estado do Rio. A situação mais grave é a do noroeste fluminense, onde, no município de Santo Antônio de Pádua (a 265 km do Rio), duas mulheres, um homem e um menino morreram arrastados pela correnteza do rio Pomba, que transbordou.
No distrito de Xerém, em Duque de Caxias (Baixada Fluminense, região metropolitana), ontem de madrugada, uma encosta desabou sobre uma casa, matando um homem e suas duas filhas.
A Defesa Civil do governo estadual divulgou que havia, às 18h30, 1.268 desalojados e 269 desabrigados (pessoas que poderão voltar a ocupar suas casas quando a água baixar) em 16 municípios.
A meteorologista Marlene Leal, do Instituto Nacional de Meteorologia, afirmou que as chuvas continuarão atingindo o Estado até a tarde de amanhã. Só na capital, já choveu desde o início do ano 344 milímetros (cada milímetro é um litro de água por uma área de um metro quadrado), 56,4% a mais do que os 220 milímetros previstos para todo o mês.
Segundo o prefeito Luis Fernando Padilha Leite (PMDB), a preocupação é com o nível do rio Pomba, que, com as últimas chuvas, sobe a um ritmo de 4 cm por hora. Ainda chove na região.
O vice-governador do Rio, Luiz Paulo Conde, anunciou que o governo irá construir na capital fluminense 3.000 casas populares para substituir habitações em locais de risco. Ele disse que terá audiência com o ministro da Casa Civil, José Dirceu, na terça-feira e pedirá que agilize a liberação dos R$ 12 milhões prometidos pelo Ministério da Integração Nacional em novembro, quando nove pessoas morreram em decorrência das chuvas no Estado.
A governadora Rosinha Matheus (PMDB) está passando férias no Nordeste. O governo prometeu 10 toneladas de leite em pó para os municípios atingidos.

Outros Estados
O mau tempo deu uma trégua em algumas regiões de Minas Gerais. Ontem, a Defesa Civil contabilizava 14 mortes, 57 feridos e 1.325 desabrigados -mesmo número do dia anterior.
O balanço da Defesa Civil, contudo, ainda não havia registrado os danos decorrentes do temporal que atingiu o município de Cataguases, na Zona da Mata, na noite de anteontem. O rio Pomba subiu seis metros e inundou o centro.
As fortes chuvas que atingiram o sertão de Pernambuco nos últimos três dias provocaram a morte do aposentado José Lino de Macedo, 74. Segundo a Defesa Civil, o aposentado tentava fazer a travessia de um rio em Cachoeirinha (194 km de Recife) quando foi arrastado pela correnteza.
Em Sergipe, onde também chove muito, a Defesa Civil localizou na manhã de ontem os corpos do pedreiro Rovandro de Melo, 27, e do adolescente Jeferson Santos Silva, 15, que morreram afogados.
Maior cidade do Nordeste, Salvador foi atingida por uma forte chuva durante a noite de anteontem e início da manhã de ontem. Foram registrados alagamentos em vários pontos do município.

São Paulo
Apesar de a Prefeitura de São Paulo ter concluído oito piscinões -construídos para armazenar as águas e combater as enchentes- na bacia do rio Aricanduva (zona leste), os locais onde as ruas são mais baixas do que o leito do rio ainda alagam com a chuva.
Anteontem, dezenas de famílias tiveram de deixar suas casas. A região, segundo a prefeitura, apresenta problemas na galeria pluvial -que provocam o refluxo das águas das chuvas.
"Nesses casos, os piscinões não resolvem", disse o subprefeito de Aricanduva, Eduardo Uyeta. A solução, segundo a Siurb (Secretaria de Infra-Estrutura Urbana), seria construir dois diques e outros três piscinões na região. A pasta, porém, diz que não há verba para o projeto.


Colaborou o "Agora"


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