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CLIMA
Noroeste fluminense é a região mais afetada após transbordamento de um rio; Minas, Sergipe e Bahia também enfrentam problemas
Chuva castiga o Rio e deixa dez mortos
DA SUCURSAL DO RIO
DA AGÊNCIA FOLHA
Dez pessoas morreram nos últimos dois dias em conseqüência
das fortes chuvas que têm atingido o Estado do Rio. A situação
mais grave é a do noroeste fluminense, onde, no município de
Santo Antônio de Pádua (a 265
km do Rio), duas mulheres, um
homem e um menino morreram
arrastados pela correnteza do rio
Pomba, que transbordou.
No distrito de Xerém, em Duque de Caxias (Baixada Fluminense, região metropolitana), ontem de madrugada, uma encosta
desabou sobre uma casa, matando um homem e suas duas filhas.
A Defesa Civil do governo estadual divulgou que havia, às 18h30,
1.268 desalojados e 269 desabrigados (pessoas que poderão voltar a
ocupar suas casas quando a água
baixar) em 16 municípios.
A meteorologista Marlene Leal,
do Instituto Nacional de Meteorologia, afirmou que as chuvas
continuarão atingindo o Estado
até a tarde de amanhã. Só na capital, já choveu desde o início do
ano 344 milímetros (cada milímetro é um litro de água por uma
área de um metro quadrado),
56,4% a mais do que os 220 milímetros previstos para todo o mês.
Segundo o prefeito Luis Fernando Padilha Leite (PMDB), a preocupação é com o nível do rio
Pomba, que, com as últimas chuvas, sobe a um ritmo de 4 cm por
hora. Ainda chove na região.
O vice-governador do Rio, Luiz
Paulo Conde, anunciou que o governo irá construir na capital fluminense 3.000 casas populares
para substituir habitações em locais de risco. Ele disse que terá audiência com o ministro da Casa
Civil, José Dirceu, na terça-feira e
pedirá que agilize a liberação dos
R$ 12 milhões prometidos pelo
Ministério da Integração Nacional em novembro, quando nove
pessoas morreram em decorrência das chuvas no Estado.
A governadora Rosinha Matheus (PMDB) está passando férias no Nordeste. O governo prometeu 10 toneladas de leite em pó
para os municípios atingidos.
Outros Estados
O mau tempo deu uma trégua
em algumas regiões de Minas Gerais. Ontem, a Defesa Civil contabilizava 14 mortes, 57 feridos e
1.325 desabrigados -mesmo número do dia anterior.
O balanço da Defesa Civil, contudo, ainda não havia registrado
os danos decorrentes do temporal
que atingiu o município de Cataguases, na Zona da Mata, na noite
de anteontem. O rio Pomba subiu
seis metros e inundou o centro.
As fortes chuvas que atingiram
o sertão de Pernambuco nos últimos três dias provocaram a morte
do aposentado José Lino de Macedo, 74. Segundo a Defesa Civil,
o aposentado tentava fazer a travessia de um rio em Cachoeirinha
(194 km de Recife) quando foi arrastado pela correnteza.
Em Sergipe, onde também chove muito, a Defesa Civil localizou
na manhã de ontem os corpos do
pedreiro Rovandro de Melo, 27, e
do adolescente Jeferson Santos
Silva, 15, que morreram afogados.
Maior cidade do Nordeste, Salvador foi atingida por uma forte
chuva durante a noite de anteontem e início da manhã de ontem.
Foram registrados alagamentos
em vários pontos do município.
São Paulo
Apesar de a Prefeitura de São
Paulo ter concluído oito piscinões
-construídos para armazenar as
águas e combater as enchentes-
na bacia do rio Aricanduva (zona
leste), os locais onde as ruas são
mais baixas do que o leito do rio
ainda alagam com a chuva.
Anteontem, dezenas de famílias
tiveram de deixar suas casas. A região, segundo a prefeitura, apresenta problemas na galeria pluvial
-que provocam o refluxo das
águas das chuvas.
"Nesses casos, os piscinões não
resolvem", disse o subprefeito de
Aricanduva, Eduardo Uyeta. A
solução, segundo a Siurb (Secretaria de Infra-Estrutura Urbana),
seria construir dois diques e outros três piscinões na região. A
pasta, porém, diz que não há verba para o projeto.
Colaborou o "Agora"
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