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CASO RICHTHOFEN
Irmãos dizem que ela planejou morte dos pais; advogado nega abuso
Pai estuprou Suzane, dizem Cravinhos
DA REPORTAGEM LOCAL
Os irmãos Cristian e Daniel
Cravinhos afirmaram ontem que
Suzane von Richthofen era estuprada pelo seu pai, Manfred, desde os 13 anos de idade. O fato já
havia sido citado por um deles em
depoimento formal à Justiça.
Em entrevista à rádio Jovem
Pan, eles reforçaram a tese de que
foi ela quem planejou a morte de
seus pais, Marísia e Manfred. Segundo Daniel, seu ex-namorado,
Suzane teria até feito um teste ao
disparar uma arma em casa para
ver o barulho que o tiro produzia,
uma semana antes do crime.
À Justiça, Suzane disse que foi
seduzida por Daniel e que a idéia
do crime partiu dele. Ela nega o
estupro. Já o promotor de Justiça
que acompanha o caso, Roberto
Tardelli, diz que tudo não passa
de uma estratégia de defesa para
tentar reduzir a pena dos dois.
Cristian e Daniel mataram os
Richthofen com golpes de barra
de ferro enquanto o casal dormia,
em sua residência, no Brooklin,
na zona sul, em outubro de 2002.
Eles e Suzane, que ajudou no crime, foram beneficiados em 2005
por decisões do Superior Tribunal de Justiça e aguardam o julgamento em liberdade.
O caso irá hoje para o Tribunal
do Júri. Ainda não há uma data
para o julgamento.
Ontem, os irmãos voltaram a falar das supostas agressões sexuais.
Cristian foi o mais incisivo. Disse
que Suzane afirmou que não seria
uma pessoa feliz enquanto não sepultasse os pais. E que ela teria dito: "Eu sou estuprada, sou molestada desde os 13 anos dentro da
minha própria casa". Daniel contou que o irmão de Suzane, Andreas, dormia no quarto dela porque a garota se sentia ameaçada.
Procurados pela Folha, os irmãos Cravinhos disseram que
não poderiam dar entrevista sem
autorização de seu advogado, Geraldo Jabur. "Eu, particularmente, sou contra dar entrevista, mas
já que o advogado mandou, ele é
quem sabe", disse Cristian. A Folha entrou em contato com Jabur,
mas ele não ligou de volta.
O advogado da garota, Antonio
Cláudio Mariz de Oliveira, negou
o estupro. "Ela está revoltada com
essa mentira torpe", afirmou.
Segundo ele, Suzane está profundamente arrependida do crime. "Ainda que a alegação de ter
sido vítima de abuso sexual melhorasse sua situação jurídica, ela
não admitiria a mentira", disse.
O promotor Tardelli acredita
que "a história fantasiosa das
agressões sexuais" fazem parte de
uma estratégia da defesa com o
objetivo de "fazer a opinião pública e o júri sentirem pena deles".
"À Justiça [em 2002], Cristian
citou a suposta tentativa de estupro, mas não deu nenhum detalhe. É um factóide que não me
surpreende", afirma.
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