São Paulo, terça-feira, 17 de janeiro de 2006

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RIO

Corpos ainda não foram encontrados

Preso suposto líder de seqüestro de 8 jovens

TALITA FIGUEIREDO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

A polícia prendeu ontem o suposto chefe do tráfico na favela Parada de Lucas (zona norte do Rio), Cauã da Conceição Pereira, o Furica. Teria partido dele, segundo a polícia, a ordem para seqüestrar oito jovens, há mais de um mês, na favela vizinha, Vigário Geral. Até hoje os corpos não foram encontrados.
Furica foi preso por volta das 4h de ontem em sua casa. A delegada Adriana Belém informou que ele pediu aos policiais que o retirassem rapidamente da favela, porque temia ser morto.
A mãe de um dos jovens desaparecidos esteve ontem na delegacia e reconheceu Furica como integrante do grupo que entrou em sua casa e levou seu filho.
Foi na madrugada de 13 de dezembro que traficantes de Parada de Lucas seqüestraram os oito jovens. Eles teriam sido levados em um ato de vingança de um criminoso que fora expulso do local. Pelo menos cinco deles teriam envolvimento com o tráfico.
A polícia investiga denúncias de que policiais militares do 16º Batalhão teriam recebido R$ 50 mil para ajudar o grupo de Parada de Lucas na invasão.
O subchefe de Polícia Civil, José Renato Torres, afirmou que a prisão de Furica deverá ajudar na localização dos corpos dos rapazes. Ligações para o disque-denúncia relatam que os jovens foram esquartejados e jogados aos porcos. Outra informação dá conta de que eles foram jogados num rio.
A polícia procura ainda pelo menos outros quatro traficantes. Um deles, conhecido como Açougueiro, chegou a ser preso durante a reconstituição do seqüestro, em dezembro. No entanto, ele foi solto por policiais militares do Posto de Policiamento Comunitário de Parada de Lucas. O episódio está sendo investigado pela Corregedoria Geral Unificada.
Em dezembro, a polícia divulgou que o nome de Furica era Jorge Willians Oliveira Bento. Ontem, a delegada disse que esse era um nome falso usado por ele.


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