São Paulo, quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Empresa promete indenizar moradores rápido

CONSTANÇA TATSCH
DA REPORTAGEM LOCAL

Reunião realizada ontem entre autoridades, representantes do Consórcio Via Amarela e moradores do entorno da obra do metrô que foram desalojados terminou com a promessa de que as vítimas serão indenizadas o mais rápido possível. O encontro contou com a participação, inesperada, do governador José Serra (PSDB).
"Minha principal preocupação foram as vítimas que ficaram soterradas; em segundo, as famílias que perderam suas casas. Sei a tragédia que isso é e não há dinheiro que substitua, mas, nessa situação, tem que haver o máximo de compensação possível", afirmou Serra, cuja participação durou menos de cinco minutos.
Os moradores foram avisados sobre o encontro no meio da tarde.
Estavam presentes o secretário estadual da Justiça, Luiz Antônio Marrey, o secretário municipal da Assistência e Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro, o secretário estadual da Assistência e Desenvolvimento Social, Rogério Amato, o chefe de gabinete dos Transportes Metropolitanos, José Francisco Mansur, e Cristina Guelfi Gonçalves, da Defensoria Pública Geral.
Também participou da reunião Eduardo Castro, representante do Consórcio Via Amarela, e membros da seguradora Unibanco AIG.
Castro afirmou que todas as definições e cobranças em relação à seguradora serão transmitidas pelo próprio consórcio. "A responsabilidade é da Via Amarela", disse.
Na reunião, foram disponibilizados telefones de contato de assistentes do consórcio e da Defensoria Pública. Segundo Castro, cada família será procurada para que explique sua situação e comece a fazer uma espécie de inventário visando as indenizações.
"No limite do razoável, vamos agir na linha da boa fé. Todos estão comprometidos em evitar protelação. Para o que for caracterizado como perdido, um carro por exemplo, a indenização já pode ser feita."

Imóveis
Pelo segundo dia, técnicos da prefeitura e da Defesa Civil avaliaram o estado dos imóveis próximos à cratera. Segundo moradores que acompanharam a inspeção, ela é "superficial e não durou cinco minutos".
Avisados de que poderiam voltar para suas casas quando a grua fosse retirada, em cerca de dez dias, a reação dos moradores não foi de alívio. Pelo contrário. "Nós não queremos voltar", afirma o corretor de imóveis e síndico de um edifício na rua Gilberto Sabino, Antonio Manuel Dias Teixeira.
No momento do acidente, sua mulher, que sofre de problemas cardíacos, estava em casa e passou mal em função do nervosismo. Ela e a filha do casal afirmaram que "não pisam mais" no apartamento.
"Eu não quero voltar porque as obras vão continuar. Eu vou ter que viver com a mala pronta na escada?", questiona Carolina Gragnoli, bacharel em direito e moradora de uma casa a menos de 15 metros do buraco.
Além do medo, os moradores acreditam que seus imóveis ficarão ilhados entre o metrô e o terminal de ônibus. Na reunião, o secretário Marrey prometeu que vai analisar a situação.
De acordo com informações da Defesa Civil, 55 imóveis estão interditados. Por enquanto, apenas cinco imóveis comerciais foram liberados. Três já foram demolidos, e outros dois também devem ir abaixo.



Texto Anterior: Para especialistas, famílias devem tentar acordo
Próximo Texto: Para engenheiros, acidente em 2005 foi por falta de concreto
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.