|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Empresa promete indenizar moradores rápido
CONSTANÇA TATSCH
DA REPORTAGEM LOCAL
Reunião realizada ontem entre autoridades, representantes do Consórcio Via Amarela e
moradores do entorno da obra
do metrô que foram desalojados terminou com a promessa
de que as vítimas serão indenizadas o mais rápido possível. O
encontro contou com a participação, inesperada, do governador José Serra (PSDB).
"Minha principal preocupação foram as vítimas que ficaram soterradas; em segundo, as
famílias que perderam suas casas. Sei a tragédia que isso é e
não há dinheiro que substitua,
mas, nessa situação, tem que
haver o máximo de compensação possível", afirmou Serra,
cuja participação durou menos
de cinco minutos.
Os moradores foram avisados sobre o encontro no meio
da tarde.
Estavam presentes o secretário estadual da Justiça, Luiz
Antônio Marrey, o secretário
municipal da Assistência e Desenvolvimento Social, Floriano
Pesaro, o secretário estadual da
Assistência e Desenvolvimento
Social, Rogério Amato, o chefe
de gabinete dos Transportes
Metropolitanos, José Francisco Mansur, e Cristina Guelfi
Gonçalves, da Defensoria Pública Geral.
Também participou da reunião Eduardo Castro, representante do Consórcio Via
Amarela, e membros da seguradora Unibanco AIG.
Castro afirmou que todas as
definições e cobranças em relação à seguradora serão transmitidas pelo próprio consórcio.
"A responsabilidade é da Via
Amarela", disse.
Na reunião, foram disponibilizados telefones de contato de
assistentes do consórcio e da
Defensoria Pública. Segundo
Castro, cada família será procurada para que explique sua situação e comece a fazer uma espécie de inventário visando as
indenizações.
"No limite do razoável, vamos agir na linha da boa fé. Todos estão comprometidos em
evitar protelação. Para o que
for caracterizado como perdido, um carro por exemplo, a indenização já pode ser feita."
Imóveis
Pelo segundo dia, técnicos da
prefeitura e da Defesa Civil avaliaram o estado dos imóveis
próximos à cratera. Segundo
moradores que acompanharam
a inspeção, ela é "superficial e
não durou cinco minutos".
Avisados de que poderiam
voltar para suas casas quando a
grua fosse retirada, em cerca de
dez dias, a reação dos moradores não foi de alívio. Pelo contrário. "Nós não queremos voltar", afirma o corretor de imóveis e síndico de um edifício na
rua Gilberto Sabino, Antonio
Manuel Dias Teixeira.
No momento do acidente,
sua mulher, que sofre de problemas cardíacos, estava em casa e passou mal em função do
nervosismo. Ela e a filha do casal afirmaram que "não pisam
mais" no apartamento.
"Eu não quero voltar porque
as obras vão continuar. Eu vou
ter que viver com a mala pronta
na escada?", questiona Carolina Gragnoli, bacharel em direito e moradora de uma casa a
menos de 15 metros do buraco.
Além do medo, os moradores
acreditam que seus imóveis ficarão ilhados entre o metrô e o
terminal de ônibus. Na reunião,
o secretário Marrey prometeu
que vai analisar a situação.
De acordo com informações
da Defesa Civil, 55 imóveis estão interditados. Por enquanto,
apenas cinco imóveis comerciais foram liberados. Três já
foram demolidos, e outros dois
também devem ir abaixo.
Texto Anterior: Para especialistas, famílias devem tentar acordo Próximo Texto: Para engenheiros, acidente em 2005 foi por falta de concreto Índice
|