ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Futebol não era lá um assunto que dona Norma Poffo Garcia gostava muito, pois o filho Arnaldo vivia fugindo de casa para jogar bola e lhe dava a maior dor de cabeça.
Quando o menino voltava para casa, já sabia que teria de se explicar à mãe.
Para Norma, porém, não havia muita escapatória. Ela foi casada com o ponta-direita Arnaldo Alves Garcia, vulgo Peixe. Com 21 gols, ele foi o artilheiro do Campeonato Paulista de 1940, defendendo a camisa do Ypiranga.
Filho de Peixe, não deu outra para o menino que Norma repreendia pelas fugas: dentro do gramado, ele virou Peixinho. Os problemas que deu à mãe foram só no período de iniciação no esporte.
Como o pai, ele também foi ponta-direita, mas pelo São Paulo. Peixinho entrou para a história do tricolor por ter sido o autor do primeiro gol no recém-inaugurado estádio do Morumbi. Também jogou no Santos com Pelé.
Para a família que vivia envolvida pelo futebol, Norma gostava de cozinhar. Descendente de italianos e nascida em SP, ela fazia uma lasanha como ninguém, como lembra Peixinho.
Sua mãe, ele conta, era uma mulher quieta e muito religiosa, que rezava com bastante frequência.
Até seus últimos dias, ela morou em SP com a filha. Segundo o ex-jogador, Norma sofria de Alzheimer. No sábado (30), morreu aos 92.
Teve três filhos e seis netos.

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