São Paulo, quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

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Investigação liga policiais a grupo de extermínio

Relatório dos crimes foi entregue pela PF a secretário de Segurança do Rio

Suposta quadrilha seria responsável por pelo menos sete mortes; tabela estabeleceria preço para assassinatos

DIANA BRITO
HUDSON CORRÊA
DO RIO

A Polícia Federal entregou ontem ao secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, relatório que aponta suposto envolvimento de policiais civis e militares em grupo de extermínio.
Na investigação de desvio de armas e drogas, e vazamento de informações, a PF também se deparou com assassinatos cometidos ou acobertados por policiais.
Entre os crimes cometidos pela quadrilha estaria um atentado, em 2010, contra Rogério de Andrade, acusado de chefiar a máfia dos caça-níqueis na cidade. Uma bomba explodiu sob seu carro, matando seu filho de 17 anos e o deixando ferido.
Outro caso seria o da comerciante chinesa Ye Guoe, sequestrada em 2008 após trocar R$ 220 mil por US$ 130 mil numa casa de câmbio.
A investigação também aponta uma tabela de preços para a morte de políticos, policiais, empresários, promotores, juízes e outros.
A PF relata que a suposta quadrilha seria responsável por pelo menos sete mortes, entre elas a do presidente do camelódromo da Uruguaiana (centro), Alexandre Farias Pereira, e do ex-parlamentar Ary Brum, morto na Linha Vermelha, ambos em 2007.
Segundo a investigação, a morte de Pereira "se deve a uma intensa disputa pelo controle do camelódromo situado na rua Uruguaiana, poderoso centro revendedor de mercadorias falsificadas".
A PF aponta que o responsável pela segurança do camelódromo teria ligação com o delegado Allan Turnowski, à época chefe do Departamento de Polícia Especializada, e afastado da chefia da Polícia Civil nesta semana.
O relatório diz que as investigações do atentado contra Andrade foram "abafadas". O crime, diz a PF, foi planejado por israelenses -alguns ex-integrantes de serviços de segurança de Israel- por encomenda de dois primos do contraventor.
Suspeito de participar do atentado, o segundo sargento do Exército Volber Roberto da Silva Filho foi morto dias depois, em um motel, mas apresentado como traficante internacional de armas.


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