São Paulo, terça, 17 de fevereiro de 1998

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Órgãos municipais se contradizem

da Reportagem Local

Setores da prefeitura não se entendem na divisão de responsabilidades para a prevenção das enchentes e divulgam informações contraditórias, por exemplo, sobre o estado de conservação das bombas que deveriam evitar os alagamentos no túnel sob o vale do Anhangabaú (centro de SP).
Segundo a Secretaria de Serviços e Obras, controlada por Reynaldo de Barros, as duas bombas que deveriam tirar a água do vale durante as enchentes estão apresentando problemas técnicos.
De acordo com a assessoria de imprensa da secretaria, teria sido aberta uma licitação para contratar uma empresa para cuidar da manutenção das bombas. Isso porque a prefeitura não teria técnicos aptos para a tarefa.
Já a assessoria da Administração Regional da Sé, subordinada à Secretaria das Administrações Regionais, de Alfredo Savelli, informa que as bombas não apresentam problemas e que a prefeitura possui técnicos que cuidam regularmente da sua manutenção.
O fato é que o túnel fica alagado após chuvas fortes e prejudica todo o trânsito do centro da cidade.
São apontados como causadores dos alagamentos o mau funcionamento da bomba de drenagem e a pouca vazão da galeria pluvial.
Em ambos os casos há evidências do descaso da prefeitura, seja na ausência de investimentos em obras preventivas, como no caso da ampliação da galeria, ou na falta de manutenção da bomba.
Várias ruas ficam alagadas por causa de bocas-de-lobo e bueiros entupidos. Transbordaram córregos e galerias que, segundo a prefeitura, já deveriam estar canalizados desde o ano passado.
O programa de canalização de córregos, que previa 22 obras, foi resumido a dez -das quais apenas três foram concluídas (Mandaqui, São Luiz e Laranjeiras). Dos oito piscinões previstos no ano passado, um foi escavado.
Também não foi gasto cerca de 70% do valor estimado para a limpeza de bueiros e bocas-de-lobo, manutenção de córregos, canais e galerias pluviais.
Das 953 áreas de risco apontadas pela prefeitura, nenhuma foi desocupada. (AM e MRH)


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