São Paulo, terça, 17 de fevereiro de 1998

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Os ladrões queriam peças de computadores, mas entraram em uma empresa de telefonia
Assaltantes invadem fábrica errada

da Reportagem Local

Um grupo de ladrões invadiu uma empresa de telefonia num caminhão-baú usando metralhadoras, pistolas com mira laser atrás de peças de computadores.
Descoberto o engano, a quadrilha tentou contornar o fracasso pegando armas e dois notebooks, mas, na fuga, deixou um dos seus membros para trás.
A roubo à empresa de telecomunicações Alcatel começou às 20h de anteontem. O grupo chegou num caminhão na portaria da rua Góis Raposo, no Sacomã (zona sudeste de São Paulo).
Os assaltantes renderam os vigilantes da portaria e mais três que, segundo a polícia, estavam na empresa. Desarmados, dois deles foram obrigados a levar os assaltantes ao cofre da Alcatel.
Os vigias Erinaldo Manuel da Silva, 33, e Francisco Vieira Farias, 34, receberam coronhadas na cabeça porque relutaram em abrir o cofre. Nele, estavam nove revólveres calibre 38 dos vigias do turno da tarde.
Os oito ou dez ladrões que participavam do assalto pegaram as armas e perguntaram onde estavam as peças de computadores. Foram informados pelos reféns de que a Alcatel produzia apenas material telefônico.
Então, decidiram apanhar a jaqueta e o boné de um dos vigias e dois notebooks de funcionários.
Os ladrões permaneceram na empresa cerca de 40 minutos. Eles fugiram no caminhão-baú, em um Tipo e em um Golf -os dois últimos roubados de funcionários da empresa.
Na fuga, a quadrilha teria deixado para trás o mecânico Evaldo Ferreira Brito, 29. Com ele, a PM afirmou ter encontrado um revólver calibre 38 e uma pistola calibre 380 (semelhante ao 9 mm) com mira laser.
Os funcionários da Alcatel reconheceram-no como um dos assaltantes. Brito não quis dar entrevista nem depor no 26º DP. Segundo o delegado Vinícius Marcondes Terrin, o mecânico já foi condenado a seis anos de prisão por um outro roubo.

Gelada
Perto de um das portarias da empresa, a PM encontrou outra pistola calibre 380 abandonada pela quadrilha. "Eles entraram numa gelada", disse o delegado.
A polícia está investigando quem seriam os companheiros de quadrilha do acusado preso. "Assim teremos chances de descobrir quem participou desse roubo", afirmou o delegado.
Além disso, os policiais deverão convocar as testemunhas do roubo para depor. Até as 20h de ontem, o 26ºDP não tinha pistas sobre os assaltantes.



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