da Sucursal do Rio

A Prefeitura do Rio começou a fiscalizar ontem, utilizando microcâmeras, as galerias de águas pluviais que desembocam na lagoa Rodrigo de Freitas.
Trabalho semelhante, realizado em Ipanema, constatou que a Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos) despeja esgoto nas galerias pluviais.
O coordenador-geral da Secretaria Municipal de Obras, Sebastião Bruno, apresentou imagens mostrando quatro pontos de vazamentos e despejo de esgoto nas galerias de Ipanema, onde deveria passar apenas água de chuva.
A Secretaria de Obras enviou ontem uma intimação e a fita contendo as imagens à Cedae. A companhia deverá apresentar um prazo para o reparo nas tubulações e para a eliminação das ligações clandestinas.
A Cedae não quis comentar a denúncia. O que vem sendo veiculado em comerciais é que a empresa "não tem responsabilidade sobre as galerias pluviais da Prefeitura do Rio, que poluem a lagoa Rodrigo de Freitas".
Ontem, o secretário estadual de Meio Ambiente, André Corrêa, apresentou o programa de desassoreamento da lagoa, que será financiado pelo governo do Estado.
O projeto prevê a retirada de esgoto e lixo que se acumulam no fundo da lagoa, próximo à saída do rio dos Macacos. A limpeza desse local garante parte da oxigenação das águas. A obra, prevista para começar ontem, ainda não teve início porque falta a autorização da prefeitura para a interdição de parte da ciclovia que passa pela região.
O secretário disse que o Estado está "fazendo a sua parte". A Cedae, segundo ele, ficou mais de 20 anos sem receber reparos na rede de esgoto e, por isso, se encontra nessa situação. A previsão dele é de dois anos para que a lagoa fique limpa.
Corrêa vistoriou cinco postos de gasolina próximos à lagoa. Eles já tinham sido notificados pela secretaria antes da mortandade de peixes ocorrida no Carnaval.
O deputado estadual Carlos Minc (PT) esteve ontem no Ministério Público Estadual para pedir uma auditoria ambiental da Cedae. O promotor de Justiça Sávio Bittencourt disse que vai analisar o documento e enviar um ofício à Cedae e à Feema (Fundação Estadual de Engenharia em Meio Ambiente). Se a companhia não tomar providências, Bittencourt não descarta a possibilidade de instaurar uma ação.



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