São Paulo, terça, 17 de março de 1998

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JUSTIÇA
Condenação a 48 anos de prisão de outros 3 réus foi mantida; defesa só poderá recorrer a tribunais superiores
TJ aumenta pena de acusada no caso Bodega

MARCELO GODOY
da Reportagem Local

A 1ª Câmara Criminal do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) aumentou de 23 para 30 anos a pena de Zeli Salete Vasco, 32, condenada por participar do roubo do bar Bodega. Ao mesmo tempo, os desembargadores mantiveram as condenações a 48 anos de prisão de outros três réus do caso.
A decisão da 1ª câmara foi unânime. Portanto, não cabe mais recurso sobre o mérito do caso ao TJ-SP. A defesa só poderá apelar ao Superior Tribunal de Justiça, caso a decisão viole lei federal, ou ao Supremo Tribunal Federal, caso ela contrarie a Constituição.
O roubo no bar Bodega aconteceu em 1996, na cidade de São Paulo. Nele morreram a estudante Adriana Ciola e o dentista José Renato Pousada Tahan. Seis pessoas foram acusadas do crime.
"A família está conformada com o resultado", disse o advogado Vinícius Ferreira Paulino, contratado pela família da estudante para atuar como assistente da acusação feita pelo Ministério Público.
Zeli, conhecida como Rose, dirigiu um dos carros usados pela quadrilha no roubo ao Bodega. O Gol de sua propriedade foi apreendido pela polícia.
"Ela não entrou no bar durante o assalto, mas ficou esperando os outros para conduzi-los na fuga", disse o delegado Wagner Giudice, do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).
Mesmo alegando não ter tido participação direta no crime, Zeli havia sido condenada a 23 anos e três meses de prisão pela 18ª Vara Criminal no ano passado.
A mesma vara criminal decidira condenar a 48 anos de prisão os réus Sandro Márcio Olímpio, 24, o "Gaguinho", Silvanildo Oliveira da Silva, 37, o "Nildinho", e Sebastião Alves Vital, 32, o "Bastos" -eles serão libertados após 30 anos, pois a lei proíbe que alguém fique preso por mais tempo.
Defesa e acusação haviam recorrido dessa sentença. Mas o relator do processo na 1ª Câmara Criminal, o desembargador Oliveira Passos, só acolheu o pedido de aumento da pena de Zeli. Além dele, também participaram do julgamento os desembargadores David Haddad e Fortes Barbosa.
"Fiquei um ano "doente'. Não quis ir ao julgamento das pessoas que mataram minha filha para não passar mal", disse o pai da estudante, o advogado Carlos Ciola.

Em andamento
A Justiça ainda está processando Antônio Jeomar Livino, 26, o "Alemãozinho", também acusado de participar do crime. Livino está aguardando o julgamento preso.
Ele foi o quinto acusado do crime a ser detido pela polícia -um outro permanece foragido. Livino teria entrado no bar Bodega para assaltá-lo em companhia dos outros três réus já condenados.



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