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JUSTIÇA
Condenação a 48 anos de prisão de outros 3 réus foi mantida; defesa só poderá recorrer a tribunais superiores
TJ aumenta pena de acusada no caso Bodega
MARCELO GODOY
da Reportagem Local
A 1ª Câmara Criminal do TJ-SP
(Tribunal de Justiça de São Paulo)
aumentou de 23 para 30 anos a pena de Zeli Salete Vasco, 32, condenada por participar do roubo do
bar Bodega. Ao mesmo tempo, os
desembargadores mantiveram as
condenações a 48 anos de prisão
de outros três réus do caso.
A decisão da 1ª câmara foi unânime. Portanto, não cabe mais recurso sobre o mérito do caso ao
TJ-SP. A defesa só poderá apelar
ao Superior Tribunal de Justiça,
caso a decisão viole lei federal, ou
ao Supremo Tribunal Federal, caso ela contrarie a Constituição.
O roubo no bar Bodega aconteceu em 1996, na cidade de São
Paulo. Nele morreram a estudante
Adriana Ciola e o dentista José Renato Pousada Tahan. Seis pessoas
foram acusadas do crime.
"A família está conformada com
o resultado", disse o advogado Vinícius Ferreira Paulino, contratado pela família da estudante para
atuar como assistente da acusação
feita pelo Ministério Público.
Zeli, conhecida como Rose, dirigiu um dos carros usados pela
quadrilha no roubo ao Bodega. O
Gol de sua propriedade foi
apreendido pela polícia.
"Ela não entrou no bar durante o
assalto, mas ficou esperando os
outros para conduzi-los na fuga",
disse o delegado Wagner Giudice,
do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).
Mesmo alegando não ter tido
participação direta no crime, Zeli
havia sido condenada a 23 anos e
três meses de prisão pela 18ª Vara
Criminal no ano passado.
A mesma vara criminal decidira
condenar a 48 anos de prisão os
réus Sandro Márcio Olímpio, 24, o
"Gaguinho", Silvanildo Oliveira
da Silva, 37, o "Nildinho", e Sebastião Alves Vital, 32, o "Bastos"
-eles serão libertados após 30
anos, pois a lei proíbe que alguém
fique preso por mais tempo.
Defesa e acusação haviam recorrido dessa sentença. Mas o relator
do processo na 1ª Câmara Criminal, o desembargador Oliveira
Passos, só acolheu o pedido de aumento da pena de Zeli. Além dele,
também participaram do julgamento os desembargadores David
Haddad e Fortes Barbosa.
"Fiquei um ano "doente'. Não
quis ir ao julgamento das pessoas
que mataram minha filha para não
passar mal", disse o pai da estudante, o advogado Carlos Ciola.
Em andamento
A Justiça ainda está processando
Antônio Jeomar Livino, 26, o
"Alemãozinho", também acusado
de participar do crime. Livino está
aguardando o julgamento preso.
Ele foi o quinto acusado do crime a ser detido pela polícia -um
outro permanece foragido. Livino
teria entrado no bar Bodega para
assaltá-lo em companhia dos outros três réus já condenados.
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