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Faria Lima deixa o PPB depois da punição de dois vereadores
JOÃO CARLOS SILVA
da Reportagem Local
O vereador Paulo Roberto Faria
Lima anunciou ontem sua saída do
PPB. A decisão ocorreu um dia
após a direção do partido expulsar
o vereador Vicente Viscome e suspender o deputado estadual Hanna Garib, acusados de envolvimento com a máfia de corrupção.
O nome de Faria Lima também
surgiu em denúncias que ainda estão sendo apuradas pelo Ministério Público e pela polícia.
Ex-fiscais da Regional Pinheiros,
que era controlada politicamente
pelo parlamentar, disseram à polícia que tiveram de comprar ingressos para um jantar da campanha
do pai do vereador. Além dos ex-fiscais, um comerciante afirmou
que teve que comprar o ingresso
para obter um alvará.
Faria Lima não comenta as denúncias. Sobre a saída do PPB, ele
diz apenas que foi uma decisão
provocada por motivos pessoais.
Ele nega que a decisão tenha relação com a punição de Garib e Viscome ou que tem receio de ser punido pelo partido pelo fato de as
denúncias sobre a máfia terem envolvido seu nome.
O presidente da direção estadual
do PPB, Marcelino Romano Machado, não havia sido informado
sobre a decisão de Faria Lima até
ontem à tarde.
Ele disse que o vereador não tinha feito nenhuma reclamação ao
partido. Segundo Machado, o PPB
não tinha prova do envolvimento
do vereador no esquema para discutir sua punição. "O nome de Faria Lima aparece apenas como citação, mais nada."
Debandada
A saída de Faria Lima do PPB é a
segunda baixa oficial do partido,
que já teve 21 vereadores. O primeiro a sair foi Bruno Feder.
A maior bancada da Câmara tem
agora 18 vereadores (a segunda
maior, o PT, tem nove), mas pode
perder mais vereadores.
Ontem, o presidente da Câmara,
Armando Mellão, não descartou a
possibilidade de engrossar a lista
dos vereadores sem partido.
"Se eu estudo isso, queria pedir
licença para resolver com a minha
consciência", disse.
O vereador Alan Lopes é outro
que não nega nem confirma sua
saída do partido. "Estava em negociação com outro partido, mas essa
conversa esta parada", disse.
A explicação para o que está
acontecendo com o PPB, segundo
a Folha apurou, envolve, além de
motivos pessoais, a reclamação da
bancada sobre os efeitos negativos
que os vereadores estão enfrentando com as mudanças de posição
ordenadas pela liderança.
No caso da votação da CPI, por
exemplo, por falta de acordo parte
dos vereadores pepebistas votou a
favor da comissão.
Depois de a proposta ser vetada,
um novo pedido para apurar as denúncias da máfia foi feito e todos
os pepebistas votaram a favor.
O balanço que os vereadores fazem é que o ônus de ter mudado de
opinião recaiu sobre eles, não sobre a liderança.
Uma debandada no PPB também pode acontecer pela falta de
comunicação na bancada. Ontem,
vereadores da própria bancada
não sabiam que o partido tinha um
novo líder na Câmara.
A mudança aconteceu na sexta-feira passada. Cosme Lopes se
afastou do cargo e deixou no lugar
o vereador Paulo Frange.
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