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PAS Vereador (PMDB) é acusado de obter vantagens indevidas do antigo Módulo 3
Jooji Hato tem sigilo quebrado
ADÉLIA CHAGAS
DA REPORTAGEM LOCAL
O vereador Jooji Hato (PMDB)
e a sua mulher, Marlene Vatutin,
tiveram a quebra de sigilo fiscal e
bancário, do período de 1997 a
1998, decretada pelo juiz auxiliar
corregedor do Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais),
Julio Caio Farto.
Hato e sua mulher são acusados, pela Promotoria, de controlar politicamente o antigo Módulo 3 -região de Ipiranga e Sapopemba- do extinto PAS (Plano
de Atendimento à Saúde) e de obter vantagens indevidas.
O peemedebista é o único vereador a ter o seu sigilo quebrado nas
investigações sobre o plano, que
começaram em 1996, quando foi
implantado.
O PAS também está sendo investigado pela Câmara. A relatora
da CPI, criada em fevereiro, é a vereadora Myryan Athié (PMDB).
O inquérito que resultou no pedido da quebra de sigilo pelo promotor Roberto Porto, do Gaeco
(Grupo de Atuação e Repressão
ao Crime Organizado), em 21 de
março, apura os supostos crimes
de estelionato e de tráfico de influência no módulo.
A decisão do juiz saiu dois dias
após o pedido. Segundo o Tribunal de Justiça, o juiz decretou sigilo por causa dos dados.
Também tiveram a quebra de
sigilo decretada o ex-diretor do
módulo Altino Pinheiro, os três
sócios da JR, gerenciadora do PAS
3, Mario de Faria Gomes, Luiz
Augusto Ramos e Jairo Luiz Ramos, e os donos de duas empresas
que teriam fornecido produtos
hospitalares para a cooperativa.
A investigação da polícia sobre
o Módulo 3, que começou na época da máfia da propina, em maio
de 1999, indicou superfaturamento nas compras da cooperativa e
que as empresas fornecedoras
eram "fantasmas". O inquérito
constatou ainda a emissão de notas frias pelas empresas.
Um levantamento da Secretaria
da Saúde, em 1999, revelou o sumiço de mais de R$ 1 milhão de
equipamentos nas unidades do
antigo Módulo 3.
No pedido da quebra de sigilo, a
Promotoria afirma que Hato e sua
mulher "participaram de um esquema criminoso com fim predeterminado de abusar da função
pública para obter vantagens na
realização de sua campanha". O
vereador concorreu ao Senado,
em 1998, pelo PMDB.
Já Altino Pinheiro, que seria o
responsável pelo recebimento da
verba da prefeitura e o repasse às
empresas, não administraria os
recursos de forma adequada. A
JR, que recebia 4% do montante
destinado à cooperativa, teria de
fiscalizar o ocorrido.
Outro lado
De acordo com a assessoria de
imprensa de Hato, o vereador estava viajando ontem e não foi localizado. Quando foi feito o pedido pela Promotoria, Hato disse à
Folha considerar positiva a investigação para não ser mais alvo de
calúnias. Ele também disse que a
denúncia contra a sua mulher não
tinha fundamento.
O advogado de Pinheiro, Carlos
Kauffmann, disse que ele já esperava a decisão do juiz, mas que a
quebra de sigilo não trará nenhuma novidade contra o seu cliente,
que, segundo ele, é inocente. Os
sócios da JR Mario Gomes e Luiz
Ramos não responderam aos recados deixados pela reportagem.
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