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São Paulo, quinta-feira, 17 de abril de 2003

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TRANSPORTES

Prefeita de São Paulo foi a três garagens na madrugada de ontem e disse que pode descredenciar mais empresas

Marta ameaça ônibus que desrespeita idoso

Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem
Marta e o secretário Jilmar Tatto (Transportes) andam de ônibus


PALOMA COTES
DA REPORTAGEM LOCAL

A prefeita Marta Suplicy (PT) ameaçou descredenciar do sistema de transporte coletivo empresas que não estiverem transportando idosos de forma regular.
A declaração foi feita durante visita, na madrugada de ontem, a três garagens da empresa Via Sul. Sob forte esquema de segurança, Marta disse que foi garantir a operação do Plano de Auxílio à Empresa em Situação de Emergência (Paese), que substitui a frota das empresas descredenciadas pela prefeitura no último dia 7.
"Daqui pra frente, todos os ônibus vão sair no horário. Não podemos ficar à mercê de bravatas, de gente que não quer sentar à mesa de negociação e que só quer zoar a cidade."
Segundo a SPTrans (órgão que gerencia o transporte), o Paese funcionou normalmente ontem, o que não acontecia desde o fim da greve. Nas garagens, Marta ouviu de trabalhadores reclamações sobre falta de pagamento, salários atrasados e veículos velhos.

Microônibus
Os microônibus -veículos menores que compõem 5% da frota- não têm catracas eletrônicas. Sem elas, os idosos não podem utilizar o Cartão do Idoso, que garante a gratuidade da viagem. Isso restringe o acesso ao restante do veículo e limita a utilização de assentos por parte dos idosos -são só dois lugares especiais, dispostos antes da catraca mecânica.
A Folha acompanhou a "via sacra" da aposentada Filomena Agostini Ribeiro de Camargo, 72, há duas semanas. Ela ficou por quase uma hora em um ponto de ônibus da avenida Auriverde, na Vila Carioca (zona sul). Três ônibus passaram por Camargo -sendo dois microônibus da linha 476M (Vila Arapuá/Moema). Nenhum deles parou no ponto. De lá pra cá, diz ela, nada mudou.
A também aposentada Rosa Berti, 79, diz que nunca conseguiu pegar um microônibus -seja no bairro onde mora, Ipiranga (zona sul), seja em outros pontos. "Não adianta a gente fazer sinal. O motorista faz com a mão que está cheio e deixa a gente pra trás."
"Não é a primeira vez que ouço essa reclamação. Vamos tirar a concessão de quem não está transportando os idosos, porque as empresas são remuneradas para isso também", afirmou Marta.
Segundo Olívia Aroucha, assessora técnica da diretoria operacional da SPTrans, se o assento especial do microônibus está vazio e o motorista não pára, há irregularidade, que deve ser denunciada.
Aroucha disse também que, até o fim do ano, 100% do sistema de ônibus terá catracas eletrônicas.


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