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Sujo, abrigo afasta famílias
DO ENVIADO A MARABÁ (PA)
A cheia do rio Tocantins, cerca
de 12 m acima do nível normal,
não assusta Zaqueu Roberto
Moura, 55. Para fugir da sujeira
dos abrigos, ele prefere manter a
mulher e os cinco filhos no andar
superior de seu sobrado, em um
bairro onde boa parte das casas
térreas estão submersas há pelo
menos duas semanas.
Todo dia, ele gasta R$ 1 para ir e
para voltar de barco do trabalho.
Pequenas embarcações, para até
dez pessoas, fazem rondas pelos
bairros alagados para levar os
moradores até a terra firme.
Os filhos do vizinho aproveitam
a varanda do sobrado de Moura
para brincar. Sabem que não podem chegar perto da água por
conta do risco de doenças.
Ao contrário do que ocorre em
Marabá, em Parauapebas (sudeste do PA), famílias desalojadas estão gostando da estadia no ginásio da cidade. Lá, têm benefícios
que não possuem em casa, como
rede de esgoto e de água tratada,
café da manhã, almoço e jantar.
"Temos leite, pão, café, assistência médica, marmitex e ônibus
para levar e buscar as crianças na
escola", lista Roseane Araújo,
29.
(ES)
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