São Paulo, segunda-feira, 17 de abril de 2006

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Sujo, abrigo afasta famílias

DO ENVIADO A MARABÁ (PA)

A cheia do rio Tocantins, cerca de 12 m acima do nível normal, não assusta Zaqueu Roberto Moura, 55. Para fugir da sujeira dos abrigos, ele prefere manter a mulher e os cinco filhos no andar superior de seu sobrado, em um bairro onde boa parte das casas térreas estão submersas há pelo menos duas semanas.
Todo dia, ele gasta R$ 1 para ir e para voltar de barco do trabalho. Pequenas embarcações, para até dez pessoas, fazem rondas pelos bairros alagados para levar os moradores até a terra firme.
Os filhos do vizinho aproveitam a varanda do sobrado de Moura para brincar. Sabem que não podem chegar perto da água por conta do risco de doenças.
Ao contrário do que ocorre em Marabá, em Parauapebas (sudeste do PA), famílias desalojadas estão gostando da estadia no ginásio da cidade. Lá, têm benefícios que não possuem em casa, como rede de esgoto e de água tratada, café da manhã, almoço e jantar.
"Temos leite, pão, café, assistência médica, marmitex e ônibus para levar e buscar as crianças na escola", lista Roseane Araújo, 29. (ES)


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