São Paulo, quinta-feira, 17 de abril de 2008

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Polícia requisita histórico médico de menina

LUIS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia requisitou a um hospital da zona norte de São Paulo os prontuários médicos de Isabella Nardoni, 5, para investigar se ela já havia sido vítima de maus-tratos. Uma testemunha, cuja identidade não foi revelada pela polícia, prestou depoimento e relatou indícios de que ela sofreu agressões.
A Folha apurou que policiais do 9º DP (Carandiru), responsáveis pelo caso, encaminharam um ofício ao hospital Nipo-Brasileiro -que fica no Parque Novo Mundo-, requisitando os prontuários médicos de Isabella desde janeiro de 2007. O hospital não se pronunciou sobre o caso.
O pedido foi motivado por uma denúncia anônima, mas outra testemunha encontrada pela polícia foi ouvida formalmente e revelou indícios de que a menina sofreu agressões.
Duas professoras da escola onde Isabella estudava foram intimadas a depor. A polícia quer ouvir também uma empregada da família Nardoni. Policiais dizem ter informações de que ela poderia falar sobre supostas agressões. As identidades das testemunhas foram mantidas em sigilo.
Um taxista se apresentou na tarde de ontem à Polícia Civil e relatou a policiais da Seccional Norte que Anna Carolina Trotta Jatobá teria reclamado da enteada. Segundo policiais, o taxista chegou a dizer que ela disse que sua vida "estava se transformando em um inferno" por conta da menina.
A testemunha, que também não teve o nome revelado, disse que levou Anna Carolina até seu apartamento na rua Santa Leocádia, na zona norte, em meados de fevereiro. Ele disse ter contado a ela que havia se separado. Ela teria então dito que também tinha problemas familiares. Disse, segundo ele, que Nardoni não dava atenção a ela e aos filhos quando Isabella estava com eles.
O taxista disse que Anna Carolina finalizou a conversa dizendo que "não gostava de sua enteada, mas um dia resolveria isso". Ele disse que a passageira repetiu a frase: "Na vida tudo se resolve". O taxista afirmou que decidiu procurar a polícia, pois se compadeceu com a morte de Isabella, uma vez que teve uma filha de 4 anos assassinada em Ferraz de Vasconcelos (Grande SP), em 1992. O depoimento será integrado ao inquérito.


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