|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Polícia requisita histórico médico de menina
LUIS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL
A polícia requisitou a um
hospital da zona norte de São
Paulo os prontuários médicos
de Isabella Nardoni, 5, para investigar se ela já havia sido vítima de maus-tratos. Uma testemunha, cuja identidade não foi
revelada pela polícia, prestou
depoimento e relatou indícios
de que ela sofreu agressões.
A Folha apurou que policiais
do 9º DP (Carandiru), responsáveis pelo caso, encaminharam um ofício ao hospital Nipo-Brasileiro -que fica no Parque Novo Mundo-, requisitando os prontuários médicos
de Isabella desde janeiro de
2007. O hospital não se pronunciou sobre o caso.
O pedido foi motivado por
uma denúncia anônima, mas
outra testemunha encontrada
pela polícia foi ouvida formalmente e revelou indícios de
que a menina sofreu agressões.
Duas professoras da escola
onde Isabella estudava foram
intimadas a depor. A polícia
quer ouvir também uma empregada da família Nardoni.
Policiais dizem ter informações de que ela poderia falar sobre supostas agressões. As
identidades das testemunhas
foram mantidas em sigilo.
Um taxista se apresentou na
tarde de ontem à Polícia Civil e
relatou a policiais da Seccional
Norte que Anna Carolina Trotta Jatobá teria reclamado da
enteada. Segundo policiais, o
taxista chegou a dizer que ela
disse que sua vida "estava se
transformando em um inferno" por conta da menina.
A testemunha, que também
não teve o nome revelado, disse
que levou Anna Carolina até
seu apartamento na rua Santa
Leocádia, na zona norte, em
meados de fevereiro. Ele disse
ter contado a ela que havia se
separado. Ela teria então dito
que também tinha problemas
familiares. Disse, segundo ele,
que Nardoni não dava atenção
a ela e aos filhos quando Isabella estava com eles.
O taxista disse que Anna Carolina finalizou a conversa dizendo que "não gostava de sua
enteada, mas um dia resolveria
isso". Ele disse que a passageira
repetiu a frase: "Na vida tudo se
resolve". O taxista afirmou que
decidiu procurar a polícia, pois
se compadeceu com a morte de
Isabella, uma vez que teve uma
filha de 4 anos assassinada em
Ferraz de Vasconcelos (Grande
SP), em 1992. O depoimento
será integrado ao inquérito.
Texto Anterior: Laudo apontará que pegada é de Nardoni Próximo Texto: Pai e irmã de Nardoni irão depor no sábado Índice
|