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1ª fase da USP passa a ser só eliminatória
Segunda fase do vestibular terá questões de todas as disciplinas; novo formato já vale para a seleção do final deste ano
Agora, a primeira etapa deixará de contar pontos para o resultado final; cursinhos preparatórios aprovam as mudanças
FÁBIO TAKAHASHI
TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A USP decidiu ontem que a
primeira fase de seu vestibular
valerá apenas como seleção à
segunda etapa, sem contar
pontos no resultado final do
processo. Até então, valia a metade. Outra alteração foi a inclusão de todas as disciplinas
na segunda fase.
As mudanças valem já para o
próximo vestibular -as provas
ocorrem entre o final deste ano
e o início de 2010.
Antes, a segunda fase abordava só disciplinas relacionadas
ao curso escolhido (exceto língua portuguesa e redação, comum a todos os classificados).
A nova segunda etapa terá
três dias (eram até quatro, anteriormente). No primeiro dia,
haverá redação e dez questões
discursivas de português.
No segundo, serão 20 perguntas, também discursivas,
envolvendo biologia, química,
física, matemática, história,
geografia e inglês. Cada questão
poderá abranger conhecimentos de mais de uma matéria.
O último dia será conforme o
curso. Serão 12 questões, de até
três disciplinas, escolhidas pelas unidades (ênfase em exatas
ou humanas, por exemplo). Os
três dias terão peso igual.
Segundo a pró-reitora de graduação, Selma Garrido Pimenta, a intenção da USP é "valorizar o conjunto dos conteúdos
trabalhados no ensino médio"
-por isso a inclusão de todas as
matérias na segunda fase.
A primeira fase manterá o
mesmo formato. Segundo Selma, os estudos da universidade
mostram que o aluno que vai
bem na primeira fase não necessariamente mantém o resultado na segunda, discursiva.
A etapa inicial será como um
filtro dos mais de 100 mil candidatos que disputam as cerca
de 10 mil vagas anuais.
Enem
Também prosseguem os programas de bonificação para os
alunos de escola pública e o uso
da nota do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) como
parte da nota da primeira fase.
As alterações foram aprovadas por 23 votos a 10 em um
conselho que reúne os representantes de cada unidade.
Uma das maiores reclamações foi o prazo da adoção das
medidas. "As ideias são até
boas, mas deveria haver mais
discussão antes de implementá-las", afirmou o representante da Escola Politécnica, Paul
Jean Jeszensky.
Selma afirmou que as alterações serão feitas já na próxima
seleção "porque não houve mudança na essência" do vestibular. Além disso, declarou, as alterações estão sendo anunciadas em abril, com prazo para as
adaptações (o exame ocorre no
final de novembro).
Para o coordenador-geral do
Anglo Vestibulares, Nicolau
Marmo, a mudança na Fuvest é
positiva. Ao não se levar em
conta a nota da primeira fase,
diz, o resultado será mais justo.
"O aluno que for melhor na segunda fase é o aluno mais completo, mais bem preparado",
afirma Marmo.
O diretor editorial do sistema
COC, Tadeu Terra, diz acreditar que o novo vestibular vai
mudar o perfil dos estudantes
aprovados na USP.
"Será um aluno que tem uma
articulação melhor de ideias,
que consegue contextualizar o
conhecimento que tem. Isso vai
mudar uma parte dos alunos
que entravam normalmente,
que eram aqueles que tinham
mais facilidade de memorização, de um conhecimento mais
específico. O que se quer agora
é um conhecimento mais contextualizado."
Para ele, houve uma evolução
no vestibular da Fuvest. "Ele
caminha no sentido de buscar
um profissional mais próximo
do que o mercado exige hoje:
uma pessoa com uma cultura
geral maior, com uma capacidade de leitura melhor, que tenha domínio dos códigos de linguagem. É um passo a frente",
completa o diretor.
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