DA REPORTAGEM LOCAL

Mais de cem menores da unidade da Febem de Franco da Rocha (Grande São Paulo) se rebelaram ontem por volta das 19h.
Os adolescentes colocaram fogo em colchões e subiram no telhado da unidade. Até as 22h45, a rebelião não havia sido controlada.
Pelo menos cinco funcionários e um menor ficaram feridos no tumulto.
O caso mais grave foi do vigilante Salvador Ferreira de Oliveira, que foi internado no hospital de Franco da Rocha por ter sofrido golpes de estilete.
Os outros receberam golpes de barra de ferro nas costas e nos braços. Dois foram feitos reféns por cerca de uma hora.
Segundo a assessoria da Febem, os menores começaram o tumulto depois de uma tentativa frustrada de fuga. Não foram registradas fugas.
O diretor da unidade de Franco da Rocha, Arnaldo Miranda, e o comando da PM começaram uma negociação com os menores, mas não tinham conseguido um acordo até o final da noite de ontem.
Um grupo de internos destruiu os vidros de uma das guaritas do prédio.
A Polícia Militar usou cães para amedrontar os internos. Uma equipe do Corpo de Bombeiros entrou na unidade e controlou rapidamente o fogo.
De cima do telhado, os menores gritavam que suas famílias são humilhadas durante a revista exigida para as visitas.
A PM acredita que o tumulto atingiu as oito alas da unidade. Cerca de 60 adolescentes do seguro (jurados de morte pelos outros menores) foram levados para o prédio da administração.
O motim de ontem é o quarto tumulto da unidade de Franco da Rocha, em duas semanas de funcionamento.
A Febem tinha deslocado ontem mais funcionários para tentar evitar novas rebeliões, mas a estratégia não deu certo.
Anteontem, 30 adolescentes escaparam da unidade, mas 23 foram recapturados até ontem.
Foi a primeira vez que menores conseguiram escapar da recém-inaugurada Febem de Franco da Rocha. A unidade tinha ontem cerca de 200 menores.
A tropa de choque da PM estava sendo esperada no local na noite de ontem.



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