São Paulo, quinta-feira, 17 de maio de 2001

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Perueiros vão desobedecer


DA REPORTAGEM LOCAL

Representantes dos motoristas de lotação, regularizadas e clandestinas, disseram à Folha que vão desobedecer à nova tarifa e irão cobrar, no máximo, R$ 1,25.
O secretário dos Transportes, Carlos Zarattini, publica amanhã no "Diário Oficial" portaria que estende o aumento da tarifa de ônibus às cerca de 7.000 peruas protocoladas na cidade. O aumento passa a vigorar nas lotações também na próxima quarta.
Guilherme Corrêa Filho, presidente da cooperativa Transcooper, com 600 filiados, disse que não vão passar de R$ 1,25. Valter Bispo, presidente da Coopercap, afirmou que seus 300 filiados regularizados e 800 clandestinos vão manter a tarifa atual de R$ 1.
"As lotações regularizadas são obrigadas, por lei, a dar o mesmo serviço dos ônibus e a seguir a tarifa. Vamos fiscalizar para fazer cumprir o valor", disse Zarattini.
"Sobre as clandestinas, nem comento. Queremos que saiam das ruas e vão trabalhar em outra coisa", afirmou o secretário.
Segundo a SPTrans, circulam cerca de 15 mil lotações em São Paulo -8.000 clandestinas.
O presidente da Coopercap disse que os perueiros pretendem manter a tarifa de R$ 1 até junho para pressionar a prefeitura a regularizá-los. Nesse mês, deve sair o edital para licitação de novas peruas. "Vamos ver como vai ser a licitação, aí podemos mudar", disse Bispo.
O presidente da Transcooper disse que "a administração se ajoelhou, se curvou ao cartel e ao monopólio dos empresários de ônibus". "Esse aumento é abusivo e absurdo", declarou.
Ele disse que, se a prefeitura obrigar o cumprimento da tarifa, os perueiros vão panfletar por toda a cidade contra a medida. "O secretário está impondo uma tarifa dos empresários, tirando o direito de livre concorrência." (EM)


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