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Perueiros vão desobedecer
DA REPORTAGEM LOCAL
Representantes dos motoristas
de lotação, regularizadas e clandestinas, disseram à Folha que
vão desobedecer à nova tarifa e
irão cobrar, no máximo, R$ 1,25.
O secretário dos Transportes,
Carlos Zarattini, publica amanhã
no "Diário Oficial" portaria que
estende o aumento da tarifa de
ônibus às cerca de 7.000 peruas
protocoladas na cidade. O aumento passa a vigorar nas lotações também na próxima quarta.
Guilherme Corrêa Filho, presidente da cooperativa Transcooper, com 600 filiados, disse que
não vão passar de R$ 1,25. Valter
Bispo, presidente da Coopercap,
afirmou que seus 300 filiados regularizados e 800 clandestinos
vão manter a tarifa atual de R$ 1.
"As lotações regularizadas são
obrigadas, por lei, a dar o mesmo
serviço dos ônibus e a seguir a tarifa. Vamos fiscalizar para fazer
cumprir o valor", disse Zarattini.
"Sobre as clandestinas, nem comento. Queremos que saiam das
ruas e vão trabalhar em outra coisa", afirmou o secretário.
Segundo a SPTrans, circulam
cerca de 15 mil lotações em São
Paulo -8.000 clandestinas.
O presidente da Coopercap disse que os perueiros pretendem
manter a tarifa de R$ 1 até junho
para pressionar a prefeitura a regularizá-los. Nesse mês, deve sair
o edital para licitação de novas peruas. "Vamos ver como vai ser a
licitação, aí podemos mudar",
disse Bispo.
O presidente da Transcooper
disse que "a administração se
ajoelhou, se curvou ao cartel e ao
monopólio dos empresários de
ônibus". "Esse aumento é abusivo
e absurdo", declarou.
Ele disse que, se a prefeitura
obrigar o cumprimento da tarifa,
os perueiros vão panfletar por toda a cidade contra a medida. "O
secretário está impondo uma tarifa dos empresários, tirando o direito de livre concorrência."
(EM)
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