São Paulo, segunda-feira, 17 de maio de 2004

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AMBIENTE

Terreno foi desmatado a pedido do proprietário

Secretaria interrompe corte de árvores em terreno da zona leste

DA REPORTAGEM LOCAL

A Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente e a Subprefeitura de Aricanduva/Vila Formosa interromperam ontem o corte de árvores em um terreno particular na Radial Leste (zona leste). Segundo os órgãos, o desmatamento é ilegal. Vinte das 28 árvores do local foram cortadas pela metade.
De acordo com o secretário Adriano Diogo, que participou do flagrante, o proprietário do terreno, que comprou a área do Metrô, não tem autorização para cortar as árvores.
"Ele [o dono] tem uma medida cautelar autorizando a transposição das árvores, mas, pela maneira como elas foram cortadas e pela forma como as raízes foram tiradas, isso não iria acontecer", disse Diogo. "Legalmente, ele deveria ter apresentado um projeto, e todo o trabalho teria de ser acompanhado por autoridades ambientais."
Luís Cosmo Amarante, dono da empresa Equilíbrio Ambiental, contratada para cortar as árvores, disse que o proprietário pretende construir um posto de serviços no terreno. "Nós fizemos uma poda radical e depois iríamos replantar as árvores", afirmou.
A subprefeita de Aricanduva, Laila Saad Gadelho, registrou um boletim de ocorrência no 31º Distrito Policial e, em conjunto com a secretaria, entrará com uma ação por crime ambiental contra o proprietário do terreno e contra a Equilíbrio Ambiental. O proprietário não foi localizado.
Durante a ação, o secretário Adriano Diogo alegou negligência do Metrô com os terrenos vendidos. "Deveriam ter exigido responsabilidade ambiental antes de vender", disse. "A prefeitura tinha interesse em comprar essas áreas e transformá-las em praças, mas o Metrô não nos ofereceu os terrenos antes de levá-los a leilão."
Segundo a assessoria de imprensa do Metrô, terrenos estão sendo vendidos porque os custos com manutenção e impostos são muito altos. Não é função da companhia fiscalizar o que o novo proprietário irá fazer, afirma a empresa.
O Metrô disse ainda que, antes de colocar os terrenos em leilão, enviou uma lista para a prefeitura, que não se manifestou. Segundo a empresa, a prefeitura ainda pode comprar as áreas, já que a venda é aberta. (MAYRA STACHUK)


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