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ADMINISTRAÇÃO
Obras vão mudar piso e pontos de ônibus de trecho da avenida; idéia é estimular parcerias para ampliar revitalização
Serra fará "teste" de reforma na Paulista
AMARÍLIS LAGE
SIMONE HARNIK
DA REPORTAGEM LOCAL
A partir do dia 1º de julho, a avenida Paulista, na região central de
São Paulo, irá passar por um "teste" urbanístico. Obras mudarão o
piso, os pontos de ônibus e as
bancas de jornais do quarteirão
localizado entre as ruas Teixeira
da Silva e Leôncio de Carvalho.
No local funcionam o colégio estadual Rodrigues Alves e o Instituto Itaú Cultural.
Trata-se, segundo o presidente
da Associação Paulista Viva, Nelson Baeta Neves, de um protótipo. "Executado o projeto, a população se manifesta e adaptações
poderão ser feitas", afirma o arquiteto Nadir Mezerani, contratado pela associação para elaborar o
novo conceito da avenida.
A proposta foi endossada ontem pelo prefeito José Serra
(PSDB), durante almoço na Fiesp
(Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), no qual anunciou uma parceria para viabilizar
a revitalização completa da avenida, cujo custo é estimado em R$ 5
milhões. "Pedimos a possibilidade de a Fiesp ser parceira da prefeitura na remodelação da Paulista. Ela vai ser uma instituição que
pode estimular e coordenar a participação de empresários."
As obras começarão com a modernização das calçadas. "A idéia
é usar materiais atualizados, para
não ter de quebrar o chão a cada
reforma feita por concessionárias
[de água, eletricidade e gás, por
exemplo] ", disse o subprefeito da
Sé e secretário de Serviços, Andrea Matarazzo. "Hoje em dia,
com o modelo de mosaico português, a cada vez que se faz uma
obra da Sabesp ou da Eletropaulo
você nunca mais recupera o piso
como era originalmente."
Segundo Mezerani, o novo piso
será constituído por placas de cimento e concreto armado que são
removíveis. A distância entre as
placas será de cerca de 4 mm.
Já os pontos de ônibus e as bancas de jornais, segundo o arquiteto, serão feitos de material transparente. A idéia, diz Mezerani, é
"limpar visualmente" a avenida,
de modo que não haja uma competição com o visual dos edifícios.
As jardineiras que hoje existem
nas calçadas serão retiradas. "Elas
têm a função de conduzir as pessoas para a faixa de pedestre, mas
aquelas muretas de paralelepípedos não são coerentes com a avenida", disse o arquiteto. Para evitar que as pessoas passem a atravessar fora da faixa de pedestres, o
canteiro central da avenida receberá uma vegetação arbustiva.
Se o projeto for estendido nesses moldes a toda a avenida, as
obras devem durar oito meses, estima a prefeitura. "A revitalização
se faz muito rápido, porque o que
nós temos que fazer é uma atualização", explicou Matarazzo.
Para o presidente da Paulista
Viva, Nelson Baeta Neves, a mudança das calçadas pode tanto ter
efeitos positivos como negativos.
O perigo, diz, é que a maior fluidez de pedestres atraia camelôs.
"Será preciso fiscalizar isso."
Mas a expectativa de Neves é
que as mudanças gerem uma valorização imobiliária da avenida.
"Hoje há muitos terrenos transformados em estacionamentos,
com as mudanças, eles serão objetos de novos empreendimentos."
Propaganda
O prefeito também anunciou
ontem que deverá retirar as propagandas da região. "Vamos limpar a propaganda indevida. Eu
pretendo sancionar um projeto
de lei proibindo outdoors e propagandas em toda a região central, que inclui a Paulista".
Mas o projeto original, do vereador Roberto Tripoli (ex-PSDB), restringe os anúncios só
no centro histórico da cidade.
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