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Projeto de tucano prevê parcelar dívida
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito de São Paulo, José
Serra (PSDB), enviou ontem aos
vereadores, em regime de urgência, um projeto de lei que prevê o
parcelamento de dívidas com tributos, como taxas, IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e
ISS (Imposto Sobre Serviços).
Atualmente, cerca de 1,3 milhão
de contribuintes estão em débito
com o fisco municipal, de acordo
com a Secretaria de Finanças.
Batizado de Programa de Parcelamento Incentivado (PPI), o projeto da administração tucana prevê perdão de todo juro e de metade da multa pelo atraso do débito
caso o contribuinte pague as parcelas do refinanciamento em dia.
O parcelamento em até 12 meses para débitos de até R$ 12 mil
não prevê correção monetária. Os
juros mensais serão de 1%.
Até 120 meses, a correção será
pela Selic (taxa básica de juros).
Acima dessa quantia, além de ter
o débito corrigido pela Selic, o
contribuinte terá de dar uma garantia bancária ou hipotecária.
O valor mínimo das parcelas
para pessoas físicas é de R$ 50
mensais. O valor mínimo das parcelas de empresas devedoras será
equivalente a 1% de sua receita
bruta mensal, com piso de R$ 500.
O contribuinte em dívida também poderá fazer seu pagamento
em parcela única, com redução de
75% da multa e de 100% de juros.
Pelos critérios de refinanciamento, a dívida do contribuinte
que aderir ao programa será dividida num montante principal e
num montante residual -neste
último, estão incluídos 50% da
multa e 100% dos juros. Se todas
as parcelas forem pagas em dia, o
montante residual será abatido
"Com esse projeto, não há mais
limite de meses para o parcelamento", afirmou o secretário de
Finanças, Mauro Ricardo Costa.
Com o número de parcelas ampliado -hoje o refinanciamento
é feito em no máximo 18 meses-,
a prefeitura espera reduzir significativamente o montante que tem
a receber em tributos atrasados.
Segundo dados da Secretaria de
Finanças, há R$ 5 bilhões a receber de tributos em fase de análise
de recursos administrativos e R$
14 bilhões a receber dos contribuintes já inscritos na dívida ativa
(fase de cobrança judicial).
A prefeitura não divulgou a estimativa de receita com o programa. "Os incentivos anteriores
[Refis] incentivavam [os devedores] a entrar, perdoando dívidas e
juros. Agora, o incentivo será dado só se sair [pagando parcelas
em dia]", afirmou o secretário.
Para o tributarista Raul Haidar,
o projeto vai atingir, principalmente, os pequenos devedores da
prefeitura, que terão incentivos
como o fim da correção monetária do débito. "Com isso, a administração poderá concentrar seus
esforços de cobrança nos grandes
devedores."
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