São Paulo, sexta-feira, 17 de junho de 2005

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EDUCAÇÃO

Medida ainda precisa ser aprovada no Senado

Lula recebe projeto acadêmico da Universidade Federal do ABC

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

DA REPORTAGEM LOCAL

Mesmo com a crise política, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reservou ontem cerca de 40 minutos para uma solenidade em que recebeu o projeto acadêmico da UFABC (Universidade Federal do ABC). A instituição, que ainda depende de aprovação do Senado para funcionar, será a primeira universidade federal nessa região, berço político de Lula e do PT.
"O que está se tentando fazer com essa universidade é justiça ao que o ABC representa para o restante do Brasil", disse Lula.
Anunciada em 2004, quando o projeto de lei foi enviado ao Congresso, a UFABC deverá atender a cerca de 20 mil alunos em 19 cursos de graduação. Terá capacidade ainda para 2.500 estudantes de mestrado e mil de doutorado.
A nova instituição propõe um ciclo básico de três anos e o restante da formação, em um ou dois anos, podendo ser voltado ao mercado de trabalho, ao ciclo profissional ou à pós-graduação.
"O currículo também poderá ser personalizado, o que pode ajudar a reduzir a evasão", disse Luiz Bevilacqua, presidente da comissão de implantação do ABC.
A proposta inicial prevê a criação de três centros -Ciências da Natureza e Humanidades, Matemática e Computação, além de Tecnologia e Sociais Aplicadas.
No projeto, a estimativa é que a universidade custe cerca de R$ 150 milhões anuais quando estiver funcionando totalmente, cinco anos após a inauguração.
A Prefeitura de Santo André já tem o terreno. O edital para apresentação de projetos arquitetônicos deve ser aberto até agosto.

Fatecs
O governo do Estado de São Paulo anunciou, ontem a liberação de R$ 43,5 milhões para reformas, ampliações, aquisição de equipamentos e construção de novas unidades de Fatecs (Faculdades de Tecnologia) e ETEs (Escolas Técnicas Estaduais).
Segundo o governador, Geraldo Alckmin (PSDB), parte dos recursos, R$ 7 milhões, é referente a verbas que estavam contigenciadas. Outros R$ 2 milhões fazem parte de uma verba de R$ 4,5 milhões prometida em 2004, quando os professores fizeram greve de quase três meses. Em equipamentos para laboratórios, o governo vai destinar R$ 21,8 milhões.
Outra medida será a criação de 10 mil vagas do programa Ação Jovem, que irá beneficiar alunos de escolas técnicas de 15 a 24 anos, cuja renda familiar não seja maior que dois salários mínimos.
Para o presidente da Ad-Fatec (Associação dos Docentes da Fatec), José Roberto Bernardes de Souza, o dinheiro vai ajudar na melhoria das instalações, mas ainda não é o suficiente.
Ele reclama também da falta de recursos para reajuste salarial e contratação de professores. "Com a defasagem do salário estamos perdendo muitos professores para as faculdades particulares."
Segundo Souza, a defasagem salarial da categoria está entre 72% e 80% se for tomado como parâmetro a variação do IGP-M.


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