São Paulo, sexta-feira, 17 de junho de 2011

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Descuido com lixo fere ética médica, dizem especialistas

DE SÃO PAULO

Para especialistas em bioética, o descuido no descarte de dados de pacientes, como nome e motivo da internação, fere a ética médica.
Esses dados têm de ser destruídos antes do descarte para evitar o acesso de terceiros e problemas para os pacientes, afirmam.
Segundo Paulo Antônio Fortes, presidente da Sociedade Brasileira de Bioética, informar que um paciente está internado pode provocar transtornos.
A divulgação de determinadas doenças, como Aids e tuberculose, torna o paciente suscetível à discriminação, afirma Fortes.
O mesmo diz Reinaldo Ayer, professor de bioética da Faculdade de Medicina da USP e coordenador da câmara técnica de bioética do Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo).
Ele diz acreditar que a divulgação de informações como essas pode trazer prejuízos para o paciente.
"Imagine o caso de um indivíduo disputando uma vaga para ser atleta e alguém mal-intencionado descobre [pela ficha médica] que ele tem um problema, como uma doença cardíaca", exemplifica Ayer.
"Ele poderia perder a oportunidade se essa informação não fosse corretamente manipulada."
Ayer diz que diretores do hospital podem ter que dar explicações ao Cremesp.
O descarte de lixo hospitalar com o lixo comum também é um problema sério, segundo o coordenador de organização de serviços de saúde da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Luiz Carlos da Fonseca.
"Um operador da empresa que recolhe esses resíduos [o lixo comum] pode se acidentar com uma agulha e adoecer. Vísceras não poderiam ser descartadas assim, há um risco de transmissão de doenças", diz Fonseca.
Este tipo de lixo, segundo ele, tem que ser tratado de forma especial: passar por um processo de descontaminação e, depois, ser levado para um aterro específico.


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