São Paulo, Quinta-feira, 17 de Junho de 1999
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POLÍCIA
Sargento aposentado e seu filho tiveram cartuchos e armas apreendidos em sua casa, na zona sudeste de São Paulo
Presos dois acusados de fabricar munição

RODRIGO VERGARA
da Reportagem Local

Um sargento aposentado da PM e seu filho foram presos na noite de anteontem, acusados de fabricar ilegalmente munição, em Sapopemba, zona sudeste de São Paulo.
Na casa onde funcionava a fábrica foram apreendidos quase 2.000 cartuchos de diversos calibres, incluindo munição para metralhadora, para espingarda calibre 12, para fuzil e para outras armas de uso exclusivo das Forças Armadas. Foram encontrados ainda R$ 2.630 em dinheiro, além de algumas notas de dólar.
A polícia apreendeu também dois revólveres e duas pistolas, alguns sem número de registro, e um silenciador.
Havia ainda máquinas para produzir balas, balanças de precisão, partes de balas e 1 kg de pólvora, de fabricação da CBC (Companhia Brasileira de Cartucho), indústria de munição sediada em Mauá (Grande SP).
Em seu depoimento, o sargento Sebastião Pereira de Souza, 57, o Tião, admitiu que vendia munição para amigos, mas negou que fabricasse ou comercializasse armas, como faziam supor algumas partes de revólveres e um manual de fabricação de armamento apreendidos em sua casa.
Tião disse ainda que seu filho, o taxista Alberto Augusto de Souza, 31, o Beto, não tem relacionamento com a produção de balas, embora os dois morassem juntos no imóvel onde o material foi apreendido.
Tião, por ser policial aposentado, foi transferido para o presídio militar Romão Gomes, na zona norte da cidade. Beto continua preso na carceragem do 69º DP (Teotônio Vilella).
Mas a polícia acredita no envolvimento de Beto com base em uma caderneta de anotações apreendida no local, que relata alguns negócios da fábrica desde 1996.
Ali, entre somas e nomes de clientes supostamente da venda de munição, constam algumas divisões sob a rubrica "lucro".
Uma delas traz o valor de R$ 3.049 e indica três nomes como beneficiários dos lucros. Estão ali "Tião" e "Beto" e ainda um terceiro nome, "Neno", que a polícia não sabe dizer quem é. Cada um levou R$ 1.000.
O valor de algumas vendas chega a ultrapassar R$ 9.000. São relacionados mais de dez prenomes de pessoas para quem o grupo supostamente vendia munição.
Na avaliação dos policiais do 69º DP, a munição era de boa qualidade, parte dela com maior poder de fogo do que a munição oficialmente adquirida no comércio legal, por conter mais pólvora que o comum.
Amostras do material seriam encaminhadas ontem mesmo para o Instituto de Criminalística, onde seriam feitos exames para determinar a qualidade da pólvora e das partes das balas recolhidas pela polícia.


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