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POLÍCIA
Sargento aposentado e seu filho tiveram cartuchos e armas apreendidos em sua casa, na zona sudeste de São Paulo
Presos dois acusados de fabricar munição
RODRIGO VERGARA
da Reportagem Local
Um sargento aposentado da PM
e seu filho foram presos na noite de
anteontem, acusados de fabricar
ilegalmente munição, em Sapopemba, zona sudeste de São Paulo.
Na casa onde funcionava a fábrica foram apreendidos quase 2.000
cartuchos de diversos calibres, incluindo munição para metralhadora, para espingarda calibre 12,
para fuzil e para outras armas de
uso exclusivo das Forças Armadas.
Foram encontrados ainda R$ 2.630
em dinheiro, além de algumas notas de dólar.
A polícia apreendeu também
dois revólveres e duas pistolas, alguns sem número de registro, e um
silenciador.
Havia ainda máquinas para produzir balas, balanças de precisão,
partes de balas e 1 kg de pólvora, de
fabricação da CBC (Companhia
Brasileira de Cartucho), indústria
de munição sediada em Mauá
(Grande SP).
Em seu depoimento, o sargento
Sebastião Pereira de Souza, 57, o
Tião, admitiu que vendia munição
para amigos, mas negou que fabricasse ou comercializasse armas,
como faziam supor algumas partes
de revólveres e um manual de fabricação de armamento apreendidos em sua casa.
Tião disse ainda que seu filho, o
taxista Alberto Augusto de Souza,
31, o Beto, não tem relacionamento
com a produção de balas, embora
os dois morassem juntos no imóvel onde o material foi apreendido.
Tião, por ser policial aposentado,
foi transferido para o presídio militar Romão Gomes, na zona norte
da cidade. Beto continua preso na
carceragem do 69º DP (Teotônio
Vilella).
Mas a polícia acredita no envolvimento de Beto com base em uma
caderneta de anotações apreendida no local, que relata alguns negócios da fábrica desde 1996.
Ali, entre somas e nomes de
clientes supostamente da venda de
munição, constam algumas divisões sob a rubrica "lucro".
Uma delas traz o valor de R$
3.049 e indica três nomes como beneficiários dos lucros. Estão ali
"Tião" e "Beto" e ainda um terceiro nome, "Neno", que a polícia não
sabe dizer quem é. Cada um levou
R$ 1.000.
O valor de algumas vendas chega
a ultrapassar R$ 9.000. São relacionados mais de dez prenomes de
pessoas para quem o grupo supostamente vendia munição.
Na avaliação dos policiais do 69º
DP, a munição era de boa qualidade, parte dela com maior poder de
fogo do que a munição oficialmente adquirida no comércio legal, por
conter mais pólvora que o comum.
Amostras do material seriam encaminhadas ontem mesmo para o
Instituto de Criminalística, onde
seriam feitos exames para determinar a qualidade da pólvora e das
partes das balas recolhidas pela
polícia.
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