A Secretaria de Estado da Administração Penitenciária anunciou ontem que a Corregedoria da pasta irá investigar supostas irregularidades na construção de ala com cela especial no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Ribeirão Preto, além da concessão de privilégios a dois usineiros presos na unidade.
No último domingo, a Folha revelou que a obra está sendo construída por meio de uma doação não autorizada pelo Estado e sem registro no município. Segundo o diretor da unidade, Armando Antonio de Oliveira, a cela com capacidade para quatro presos está sendo construída pela doadora, a Construtora Simioni Viesti, a um custo aproximado de R$ 56 mil.
Funcionários da unidade ouvidos pela Folha afirmaram, porém, que a ala estaria sendo financiada por dois usineiros presos no local -Nelson Cury e Alexandre Titoto-, que receberiam privilégios dentro da unidade. Segundo a assessoria de imprensa da secretaria, as denúncias de privilégios também serão apuradas.
Oficialmente, não há registro sobre a doação, nem por parte da empreiteira nem por parte dos usineiros. Oliveira disse que esse documento será providenciado no final da obra.
Um dos sócios da construtora, Antonio Viesti, apontado pelo diretor como o responsável pela doação, vem sendo procurado pela reportagem desde o dia 8 deste mês, diariamente.
Oliveira não quis comentar o anúncio sobre a investigação que será feita pela Corregedoria.
O advogado Renato Cruz, que defende o usineiro Nelson Cury, não responde aos recados deixados em seu escritório.
Já o advogado Heráclito Mossin, que defende o usineiro Alexandre Titoto, afirmou desconhecer o financiamento da obra por seu cliente e negou haver privilégios em razão da estrutura do prédio que, segundo ele, não tem condições de proporcionar privilégios a ninguém.
(DA FOLHA RIBEIRÃO)


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