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Só 4% apóiam criação de taxa para ex-alunos
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro da Educação, Cristovam Buarque, pode até achar
que vale a pena discutir o projeto
de lei que prevê a cobrança de
uma taxa de ex-alunos de universidades públicas, como forma de
ajudar a financiar o ensino superior gratuito. Mas apenas 4% da
população brasileira concorda
com ele, como mostra uma pesquisa do Datafolha que ouviu
2.630 pessoas em 152 cidades do
país, nos dias 24 e 25 de junho.
A margem de erro da pesquisa é
de dois pontos percentuais, para
mais e para menos.
A esmagadora maioria dos entrevistados (88%) afirma que as
universidades públicas devem
continuar inteiramente gratuitas,
enquanto outros 4% defendem
que se cobre mensalidade dos que
frequentam essas instituições.
Os resultados não foram recebidos com surpresa nem pelo Ministério da Educação (MEC) nem
por entidades que representam
professores e funcionários das
universidade públicas brasileiras.
Todos avaliam que os dados
confirmam a credibilidade e o status de qualidade que o ensino superior público tem na sociedade e
indicam que vale a pena lutar para
manter e melhorar o sistema.
"A universidade pública e gratuita ainda é a única chance de os
mais pobres obterem nível superior porque eles podem até conseguir uma vaga nas faculdades particulares, mas não conseguem pagar por ela", afirma Américo
Kerr, presidente da Adusp (Associação dos Docentes da USP) e
coordenador do Fórum das Seis,
entidade que reúne os sindicatos
de professores e funcionários das
três universidades estaduais paulistas -USP, Unicamp e Unesp.
"Esse resultado é música para os
ouvidos do ministério", diz Carlos Roberto Antunes dos Santos,
titular da Sesu (Secretaria de Educação Superior). De acordo com
Santos, o ministério está comprometido com o ensino superior público e gratuito, embora enfrente
o desafio de financiar essas universidades.
(MARIANA VIVEIROS)
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