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EDUCAÇÃO
Programa de aceleração de aprendizagem recupera estudantes repetentes
"Acelera Brasil" supera médias
MARILENE FELINTO
enviada especial a Sobral (CE)
O programa de aceleração de
aprendizagem do Instituto Ayrton Senna (IAS), para estudantes
repetentes ou atrasados no ensino
fundamental (antigo 1º grau), obteve mais uma avaliação positiva.
Os resultados foram apresentados pela Fundação Carlos Chagas
em encontro nacional do projeto,
na semana passada, em Sobral
(238 km de Fortaleza), no Ceará.
Sobral adotou o programa desde o início de sua implantação,
em 1997. A novidade da mais recente avaliação é que ela se refere
ao desempenho dos alunos que
passam por um ano do "Acelera
Brasil", pulam séries e são promovidos para a 5ª série. Os dados
mostram que eles estão acima da
média nacional.
Em análises anteriores, a Carlos
Chagas demonstrou que a maioria dos alunos egressos da aceleração atinge, no mínimo, a média
nacional nas pontuações, e retoma seu processo de escolarização
no mesmo nível de estudantes do
ensino regular da rede pública.
Para análise dos que ingressam
na 5ª série, usou-se como parâmetro a avaliação feita pelo Saeb
(Sistema de Avaliação do Ensino
Básico) com estudantes da rede
pública no mesmo estágio escolar. Os alunos do programa de
aceleração, submetidos a teste
com grau de dificuldade semelhante ao do Saeb, tiveram resultados melhores. Em português, a
pontuação foi de 165/178, para
Saeb e "Acelera", respectivamente. Em matemática, de 187/ 200.
O "Acelera Brasil", que o Instituto Ayrton Senna desenvolve em
parceria com a Petrobrás, o
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e o FNDE/MEC (Fundo Nacional para o Desenvolvimento
da Educação e Ministério de Educação e Cultura)- é um dos programas de correção do fluxo escolar que têm se destacado no combate à repetência e à evasão escolar no Brasil. Atende atualmente
63 mil alunos de 246 municípios.
Goiás, em parceria com a Tele
Centro-Oeste e a Adial, e o Espírito Santo estenderam a experiência para a rede estadual de ensino.
Mas o analfabetismo ainda é o
principal problema enfrentado
pelo projeto, principalmente na
zona rural. Como o método foi
criado para crianças que já soubessem ler e escrever, o "Acelera"
tenta desde o início se ajustar aos
altos índices de analfabetismo encontrados entre alunos com defasagem de idade/série. Avaliação
feita pela Carlos Chagas, com dados de 1998, mostra que 34% dos
alunos entram analfabetos para o
programa.
Um dos desafios do programa
de aceleração de aprendizagem
do Instituto Ayrton Senna tem sido o acompanhamento dos alunos egressos, os aprovados que
continuam os estudos na 5ª série
do ensino regular.
Dos debates dos coordenadores
do programa em Sobral saiu a recomendação de que se tente
acompanhar a evolução desses
alunos, para que não voltem a se
deparar com a repetência.
O município de Virginópolis,
em Minas Gerais, tem conseguido
acompanhar a evolução de seus
223 alunos que concluíram o programa de aceleração. Alguns deles
já estão na 7ª série.
"O que nós fazemos é ir até as
escolas onde cada um está estudando, recolher a nota da turma
deles a cada bimestre, tirar a média da classe e comparar os resultados", explica Marilda Azevedo,
coordenadora do "Acelera" em
Virginópolis.
A viagem da jornalista Marilene Felinto foi
parcialmente custeada pelo Instituto Ayrton
Senna.
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