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ERRO MÉDICO
Anestesista e hospital vão entrar com recurso
Justiça de SP condena 3 por morte após lipoaspiração
PRISCILA LAMBERT
da Reportagem Local
A Justiça de São Paulo condenou, nesta semana, um anestesista, um cirurgião e um hospital de
São Caetano do Sul (Grande SP) a
pagar indenização de cerca de R$
650 mil ao viúvo de Marisa Merlin
Cassoto, que morreu após ser
submetida a uma lipoaspiração
em 1994.
Ainda corre na Justiça uma ação
criminal contra as três partes.
O juiz Adalberto Montes, da 4ª
Vara Cível de São Caetano do Sul,
determinou que o anestesista Alexandre João de Santis Júnior terá
de pagar parte da indenização
porque teria sido imperito por
não ter ministrado adequadamente a anestesia, além de negligente e imprudente por deixar de
usar equipamentos necessários
ao monitoramento da paciente.
Também foi condenado a pagar
parte do valor o cirurgião Mauro
Luciano José Bacigalupo, "por
não ter escolhido anestesista capaz de assegurar sedação correta
e adequada".
O Hospital Miguel de Cervantes
(que na época tinha o nome de
Hospital Nossa Senhora da Pompéia) também arcará com parte
da indenização por ser responsável pelos atos praticados por seus
empregados, segundo o juiz.
Marisa ficou em estado de coma
por 96 dias no hospital, após sofrer uma parada cardíaca durante
cirurgia para remover culotes.
Segundo o viúvo de Marisa,
Luís Carlos Cassoto, sua mulher
teria recebido excesso de medicamentos, o que teria causado queda de pressão e consequente parada cardíaca, sem que os médicos
tivessem percebido a tempo.
Na época, o caso foi amplamente divulgado. Quatro dias antes,
Helenita Pereyra, mulher do atual
técnico do Atlético de Minas Gerais, Dario Pereyra, sofreu perfurações no intestino durante lipoaspiração e morreu.
Indenização
O juiz determinou que os três
condenados devem pagar, juntos,
R$ 180 mil por danos materiais
(considerando o total que Marisa,
morta aos 44 anos, teria recebido
trabalhando como professora até
os 65 anos).
A indenização por danos morais ficou fixada em quatro vezes
o valor determinado por danos
materiais, com alguns descontos
(como o valor que a filha do casal
recebe de pensão pela morte da
mãe até completar 25 anos).
Cassoto calcula o total em cerca
de R$ 650 mil. Em sua ação judicial, o viúvo havia pedido R$ 2,5
milhões de indenização.
O advogado do anestesista, Oswaldo Pakalmis, disse que vai recorrer da decisão, alegando que o
juiz não analisou as provas testemunhais trazidas por ele, mostrando que seu cliente não deixou
a paciente sem monitoramento.
O advogado do hospital, Durvalino Picolo, também afirmou que
vai entrar com recurso, mas não
adiantou seus argumentos. Segundo ele, o hospital foi comprado em 1996 por um grupo que
desconhecia a existência dessa
ação judicial. Já o cirurgião Mauro Bacigalupo não quis se pronunciar sobre o caso.
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