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Prefeito diz que polícia é passiva
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito de São Bernardo do
Campo, Maurício Soares (PPS),
afirmou que a prefeitura "paga"
para a polícia trabalhar na cidade.
"Se pararmos de dar dinheiro,
eles param também", disse.
Segundo Soares, o município
paga o salário de 26 funcionários
que trabalham nas Polícias Civil e
Militar da cidade, além do aluguel
do comando da PM e das sete delegacias do município, e ainda as
contas de água, luz e telefone.
Só o aluguel de três delegacias
consome R$ 6.210 mensais.
De acordo com ele, a prefeitura
fornece também equipamentos
como coletes à prova de balas às
corporações. "A última remessa
foram 20 rádios walkie-talkie."
O prefeito disse ainda que a situação do crime organizado em
São Bernardo deve-se à "postura
passiva" da polícia e à colaboração dos moradores. "Não é a primeira vez que isso ocorre. A polícia sabe quem são e onde moram
os traficantes, mas não faz nada."
De acordo com Soares, a população colabora com os traficantes
em troca de segurança. Para ele, o
problema é o baixo efetivo das
Polícias Militar e Civil da cidade.
Outro lado
O secretário Marco Vinicio Petrelluzzi, respondeu ao prefeito
afirmando que "é uma visão simplista reduzir a questão do tráfico
ao número de efetivos". "Se a colaboração do prefeito está pesando, estou disposto a abrir mão."
O Comando Central da PM forneceu, em resposta ao prefeito,
um relatório de produtividade da
CPMA 6 (Comando de Policiamento de Área Metropolitana),
que compreende São Bernardo.
Segundo o relatório, o comando
tem média mensal de 8.954 ocorrências, sendo 829 atendimentos
sociais (como a condução de um
ferido ao pronto-socorro); 977
veículos localizados; 182 prisões
em flagrante; 76 atos infracionais
reprimidos; 6 procurados capturados; 137 armas apreendidas; e
0,949 grama de substâncias entorpecentes apreendidas.
O comando não informou se esse resultado é alto ou baixo se
comparado às outras dez CPMAs
da região metropolitana, apenas
informou que a de São Bernardo
ocupa uma posição intermediária
no ranking.
(SÉRGIO DURAN)
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