São Paulo, quinta-feira, 17 de agosto de 2000


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Prefeito diz que polícia é passiva

DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito de São Bernardo do Campo, Maurício Soares (PPS), afirmou que a prefeitura "paga" para a polícia trabalhar na cidade. "Se pararmos de dar dinheiro, eles param também", disse.
Segundo Soares, o município paga o salário de 26 funcionários que trabalham nas Polícias Civil e Militar da cidade, além do aluguel do comando da PM e das sete delegacias do município, e ainda as contas de água, luz e telefone.
Só o aluguel de três delegacias consome R$ 6.210 mensais.
De acordo com ele, a prefeitura fornece também equipamentos como coletes à prova de balas às corporações. "A última remessa foram 20 rádios walkie-talkie."
O prefeito disse ainda que a situação do crime organizado em São Bernardo deve-se à "postura passiva" da polícia e à colaboração dos moradores. "Não é a primeira vez que isso ocorre. A polícia sabe quem são e onde moram os traficantes, mas não faz nada."
De acordo com Soares, a população colabora com os traficantes em troca de segurança. Para ele, o problema é o baixo efetivo das Polícias Militar e Civil da cidade.

Outro lado
O secretário Marco Vinicio Petrelluzzi, respondeu ao prefeito afirmando que "é uma visão simplista reduzir a questão do tráfico ao número de efetivos". "Se a colaboração do prefeito está pesando, estou disposto a abrir mão."
O Comando Central da PM forneceu, em resposta ao prefeito, um relatório de produtividade da CPMA 6 (Comando de Policiamento de Área Metropolitana), que compreende São Bernardo.
Segundo o relatório, o comando tem média mensal de 8.954 ocorrências, sendo 829 atendimentos sociais (como a condução de um ferido ao pronto-socorro); 977 veículos localizados; 182 prisões em flagrante; 76 atos infracionais reprimidos; 6 procurados capturados; 137 armas apreendidas; e 0,949 grama de substâncias entorpecentes apreendidas.
O comando não informou se esse resultado é alto ou baixo se comparado às outras dez CPMAs da região metropolitana, apenas informou que a de São Bernardo ocupa uma posição intermediária no ranking. (SÉRGIO DURAN)

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