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SISTEMA CARCERÁRIO
Tumulto começou após protestos
Seis presos morrem carbonizados em incêndio em presídio do RS
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Seis detentos morreram carbonizados ontem no presídio de Júlio de Castilhos (350 km de Porto
Alegre) depois de fazerem um
protesto contra a impossibilidade
de saírem do prédio para realizar
trabalhos externos. Após os internos terem possivelmente se envolvido em uma briga, colocaram
fogo na galeria, que ficou completamente destruída.
O episódio ocorreu entre as 6h e
as 7h30, horário em que foi apagado o incêndio -iniciado às 6h20.
Os detentos mortos, segundo a direção do presídio, são Tony Sobrera Soares, Edelmar dos Santos,
José Adriano Vargas Baptista,
Antônio Carlos da Silva, Eres Carvalho Júnior e Sílvio Rodrigues de
Vargas.
A princípio havia a desconfiança de que o incêndio, provocado
por um grupo de detentos em regime semi-aberto, devia-se a algum motim. Depois, chegaram
informações de que houvera uma
revolta e, provavelmente, uma
briga entre grupos rivais.
De acordo com o coordenador-geral do sistema penitenciário do
Rio Grande do Sul, Homero Negrello, os presos não saíram para
o trabalho porque quatro deles estavam embriagados, o que pode
ajudar a explicar os motivos do
início da briga e também do próprio incêndio.
O problema se agravou porque
o presídio regional tem capacidade para apenas 40 pessoas, mas
estava abrigando um total de 90
presidiários.
O número de mortos não foi
maior porque os detentos em regime fechado -que ficam em
uma galeria ao lado da incendiada- foram levados para o pátio.
Sem esta medida de precaução,
poderiam ter inalado a fumaça e
morrido por asfixia.
Para contornar a situação, foram chamados 20 homens da Brigada Militar, que isolaram o prédio. A identificação dos mortos e
a vistoria das selas ficaram a cargo
de peritos da cidade de Santa Maria, que se dirigiram ainda ontem
de manhã para o local.
O administrador do presídio,
Luís Fernando Dias, sofreu queimaduras no rosto e no tórax ao
tentar ajudar os internos. Ele foi
hospitalizado e internado em
uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e ontem à tarde estava em
estado regular.
Paralelamente a esse episódio, o
governo gaúcho decidiu que vai
encaminhar à Assembléia Legislativa um projeto para terceirizar
a administração de prisões. Há,
atualmente, um déficit de 5.000
vagas no Estado, segundo o governo.
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