São Paulo, sexta-feira, 17 de agosto de 2007

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Ladrão mata médico na Vila Clementino

José Edmur dos Santos foi baleado na cabeça em frente a uma clínica da Unifesp por volta das 21h40 de anteontem

Assaltante tentou roubar o celular da vítima, que tinha saído do metrô e seguia rumo ao Hospital São Paulo para encontrar a mulher

AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL

O médico José Edmur dos Santos, 50, foi morto na Vila Clementino (zona sul de São Paulo) por um assaltante que tentava roubar o seu celular.
Santos foi baleado na cabeça às 21h40 de anteontem, em frente à clínica do setor neuromuscular da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), na rua Pedro de Toledo.
Morreu por volta das 2h30 de ontem no Hospital São Paulo, da Unifesp -a 300 metros do local em que caiu-, onde sua mulher, a médica Liana Pinheiro, 40, trabalha. Ele deixa gêmeos de 17 anos.
O pneumologista, que trabalhava na UTI de adultos do hospital municipal Dr. Carmino Caricchio, no Tatuapé (zona leste), tinha saído da estação de metrô Santa Cruz e caminhava em direção ao Hospital São Paulo para encontrar sua mulher, também pneumologista.
De acordo com o relato de testemunhas, no trajeto o médico foi abordado por um rapaz branco, de cabelos espetados, que vestia camisa vermelha, calça jeans e usava uma arma cromada. O ladrão atirou na direção da cabeça da vítima e depois fugiu sem levar o celular.
Na calçada onde Santos caiu existe uma árvore alta cujos galhos invadem a rua e prejudicam a iluminação.
"Estava trabalhando quando ouvi o tiro. Parecia barulho de estouro de moto. Só quando começaram a gritar descobri o que havia ocorrido", disse Joab da Silva Amorim, 21, que trabalha numa lanchonete na rua Pedro de Toledo. "Ajudei a colocar o médico dentro do carro da polícia, mas ele perdia muito sangue e estava inconsciente."
Enquanto esperava o marido chegar, a mulher de Santos ligou para seu celular, mas não teve resposta. Na segunda tentativa, um policial atendeu e pediu que ela fosse ao hospital -onde ela já estava.
"A mulher dele acompanhou tudo", disse o delegado Oswaldo de Souza, titular do 16º DP (Vila Clementino), que cuida da investigação do caso.
Segundo a polícia, o médico teria reagido ou feito um gesto brusco. A família, entretanto, diz que é improvável que ele tenha reagido. Para os familiares, a deficiência no olho direito do pneumologista pode ter assustado ou confundido o ladrão.
Até a tarde de ontem a polícia não tinha muitas pistas sobre o ladrão. "Ainda não se tem uma testemunha "firme" dos fatos", disse o delegado. A polícia investiga, entre outras coisas, se o crime foi praticado por uma ou duas pessoas. "Vamos perseguir o camarada até encontrar", disse o delegado.
Santos será enterrado hoje em Maringá (PR), onde nasceu.
"É mais um número para a estatística da criminalidade em São Paulo. É revoltante porque interrompe uma trajetória brilhante de uma pessoa que contribuía com a sociedade com seus serviços médicos", disse Rodinei Edson Santos, primo da vítima, em entrevista às TVs.


Colaborou RACHEL AÑÓN, da Agência Folha


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