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Ladrão mata médico na Vila Clementino
José Edmur dos Santos foi baleado na cabeça em frente a uma clínica da Unifesp por volta das 21h40 de anteontem
Assaltante tentou roubar o celular da vítima, que tinha saído do metrô e seguia rumo ao Hospital São Paulo para encontrar a mulher
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL
O médico José Edmur dos
Santos, 50, foi morto na Vila
Clementino (zona sul de São
Paulo) por um assaltante que
tentava roubar o seu celular.
Santos foi baleado na cabeça
às 21h40 de anteontem, em
frente à clínica do setor neuromuscular da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), na
rua Pedro de Toledo.
Morreu por volta das 2h30 de
ontem no Hospital São Paulo,
da Unifesp -a 300 metros do
local em que caiu-, onde sua
mulher, a médica Liana Pinheiro, 40, trabalha. Ele deixa gêmeos de 17 anos.
O pneumologista, que trabalhava na UTI de adultos do hospital municipal Dr. Carmino
Caricchio, no Tatuapé (zona
leste), tinha saído da estação de
metrô Santa Cruz e caminhava
em direção ao Hospital São
Paulo para encontrar sua mulher, também pneumologista.
De acordo com o relato de
testemunhas, no trajeto o médico foi abordado por um rapaz
branco, de cabelos espetados,
que vestia camisa vermelha,
calça jeans e usava uma arma
cromada. O ladrão atirou na direção da cabeça da vítima e depois fugiu sem levar o celular.
Na calçada onde Santos caiu
existe uma árvore alta cujos galhos invadem a rua e prejudicam a iluminação.
"Estava trabalhando quando
ouvi o tiro. Parecia barulho de
estouro de moto. Só quando começaram a gritar descobri o
que havia ocorrido", disse Joab
da Silva Amorim, 21, que trabalha numa lanchonete na rua
Pedro de Toledo. "Ajudei a colocar o médico dentro do carro
da polícia, mas ele perdia muito
sangue e estava inconsciente."
Enquanto esperava o marido
chegar, a mulher de Santos ligou para seu celular, mas não
teve resposta. Na segunda tentativa, um policial atendeu e
pediu que ela fosse ao hospital
-onde ela já estava.
"A mulher dele acompanhou
tudo", disse o delegado Oswaldo de Souza, titular do 16º DP
(Vila Clementino), que cuida da
investigação do caso.
Segundo a polícia, o médico
teria reagido ou feito um gesto
brusco. A família, entretanto,
diz que é improvável que ele tenha reagido. Para os familiares,
a deficiência no olho direito do
pneumologista pode ter assustado ou confundido o ladrão.
Até a tarde de ontem a polícia
não tinha muitas pistas sobre o
ladrão. "Ainda não se tem uma
testemunha "firme" dos fatos",
disse o delegado. A polícia investiga, entre outras coisas, se o
crime foi praticado por uma ou
duas pessoas. "Vamos perseguir o camarada até encontrar",
disse o delegado.
Santos será enterrado hoje
em Maringá (PR), onde nasceu.
"É mais um número para a
estatística da criminalidade em
São Paulo. É revoltante porque
interrompe uma trajetória brilhante de uma pessoa que contribuía com a sociedade com
seus serviços médicos", disse
Rodinei Edson Santos, primo
da vítima, em entrevista às TVs.
Colaborou RACHEL AÑÓN, da Agência Folha
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