São Paulo, quarta-feira, 17 de agosto de 2011

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Sindicato manda marronzinho não multar

Entidade orienta agente de trânsito a fazer vista grossa para infrações cometidas por motoristas nas ruas hoje

Em campanha salarial, categoria pressiona CET a dar reajuste; operação multa zero já foi feita antes nas ruas da cidade


ALENCAR IZIDORO
DE SÃO PAULO

O sindicato que representa os marronzinhos da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) ameaça adotar hoje na capital paulista uma operação batizada extraoficialmente de "multa zero".
Ele passou a orientar os agentes de trânsito para que evitem punir os motoristas na cidade, com exceção dos casos considerados graves.
Ou seja, um tipo de campanha para reduzir a aplicação de multas a infratores.
A estratégia é pressionar a CET na campanha salarial da categoria. Ela foi aprovada pelos trabalhadores no dia 10, na mesma semana em que a companhia passou a aplicar multas por desrespeito a pedestres no centro.
O secretário-geral do Sindviários, Alfredo Coletti, afirma que a "operação educação", pela qual os agentes foram orientados a abordar os infratores, mas evitando aplicar multas, foi iniciada no fim da semana passada.
O sindicato diz ter havido uma queda próxima de 60% no total de autuações em algumas regiões -como em partes das zonas leste e sul.

MULTA ZERO
A radicalização do movimento foi marcada para hoje -com divulgação na mídia e distribuição de boletins aos marronzinhos para reforçar a pressão para não multar.
"A operação agora será intensificada para tentar chegar na meta mais próxima possível de zero", diz Coletti.
Os funcionários da CET reivindicam reajuste salarial de 15,10%. Segundo eles, a companhia ofereceu 6,39%.
Procurada pela Folha, a CET não quis se manifestar sobre a mobilização da categoria nem sobre as informações dadas pelo sindicato -que é filiado à CUT (Central Única dos Trabalhadores).
A tática da operação multa zero já foi adotada outras vezes, como em 2006 -com adesão sempre parcial.
Na assembleia do sindicato, houve 1.070 assinaturas pela mobilização -a categoria tem 4.700 trabalhadores.
Coletti diz que o fato de o protesto coincidir com a campanha do pedestre não foi proposital. Ele afirma que o centro, onde há 154 agentes treinados para a campanha, é a região que deve ter menos adesões, porque eles "estão sendo mais pressionados" pelos chefes.


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