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MANÍACO DO PARQUE
Pereira não deve receber visitas em período de "estágio" em Taubaté e já realiza alguns exames
Motoboy deve ficar 30 dias sem visitas
das enviadas especiais a Taubaté
Francisco de Assis Pereira, 30,
que confessou ter matado nove
mulheres no parque do Estado e
está preso na Casa de Custódia e
Tratamento de Taubaté (a 134 km
a noroeste de SP), deve ficar 30
dias sem visitas, caso ele receba o
mesmo tratamento dos outros
presos que chegam ao local.
Segundo Edson Alves, que estava como diretor interino até ontem, esse é o procedimento normal adotado na Casa de Custódia.
"Nos primeiros dias o preso fica
incomunicável para ser observado", afirma.
O objetivo dessa reclusão, segundo Alves, é conhecer o preso e
ver qual será seu comportamento.
Ele acrescenta, no entanto, que é
possível que Pereira venha a receber visitas antes disso, já que ele
ainda não foi julgado. "As recomendações foram que ele tivesse
vigilância 25 horas por dia."
Segundo uma funcionária que
não quis se identificar, esse período é chamado de "estágio" pelos
funcionários, e funciona como
uma fase de adaptação aos regulamentos da cadeia.
Pereira também realizou alguns
exames psiquiátricos e clínicos e
tomou um calmante, na sexta-feira, quando chegou à penitenciária.
Segundo a mulher de um dos internos, que preferiu não se identificar, é comum os presos serem sedados quando chegam ao local.
Funcionários, guardas e parentes de presos que estiveram no
fim-de-semana no presídio afirmaram que a rotina dentro da penitenciária não mudou depois da
chegada de Pereira, que está sendo
visto pelos outros detentos apenas
como mais um preso.
Durante o horário de visitas de
sábado e domingo, parentes estiveram visitando os presos da Casa
de Custódia, mas nem parentes
nem os advogados de Pereira foram ao presídio.
O motoboy, que já foi indiciado
por duas das nove mortes que
confessou, está numa cela isolada
das de outros presos, fora dos pavilhões e do CRP (Centro de Readaptação Penitenciária), para onde ele deve ir caso seja condenado.
A Casa de Custódia tem capacidade para 400 presos. Desse total,
160 ficam em um anexo, nos fundos do presídio, em celas individuais de 6 m2 cada.
No sábado, seu primeiro dia na
penitenciária, conforme o relato
dos funcionários, Pereira acordou
"bem cedo" -antes dos outros
presos, que são despertados às 7h.
Foi retirado da cela para tomar banho e fazer a barba.
Comeu todas as refeições -café
da manhã, almoço, chá da tarde e
jantar- dentro da cela e passou o
dia lendo e dormindo.
Hoje, o diretor-geral da Casa de
Custódia, José Ismael Pedrosa, deve reassumir o cargo após voltar
de férias e convocar uma coletiva
para falar sobre o caso.
(CLEIDE
FLORESTA E MALU GASPAR)
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