São Paulo, Terça-feira, 17 de Agosto de 1999
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NA POLÍCIA
Maria Helena muda versão sobre material apreendido em sua casa; filho da parlamentar é indiciado
Vereadora agora diz não conhecer armas

JOÃO CARLOS SILVA
da Reportagem Local

A vereadora Maria Helena Fontes (PL) tinha em casa seis armas e quatro carregadores de pistolas 9 mm e 45 mm, mas não sabe a quem o material pertence nem como ele foi parar no lugar, segundo o advogado Nadir Tarabori. Essa é uma nova versão para explicar a origem de parte das armas apreendidas pela polícia na casa da parlamentar na semana retrasada.
A vereadora tinha dito em entrevista, um dia depois de ser presa em flagrante e indiciada por porte ilegal de armas, que o material encontrado em sua casa pertencia a ela e ao filho Paulo Rogério Pereira Neme. Ele também foi indiciado ontem.
"Na verdade, existia uma coleção de cinco armas de um irmão que faleceu e deu para o sobrinho, que é meu filho", havia dito a vereadora sobre parte das armas.
Mas essa explicação, segundo seu advogado disse ontem, fazia parte de um suposto acordo que Maria Helena teria feito com o delegado Romeu Tuma Jr. e os promotores José Carlos Blat e Roberto Porto para ela se livrar de um flagrante inafiançável.
No total, foram apreendidas oito armas na casa de Maria Helena no último dia 4. Um dia depois da prisão em flagrante, ela foi liberada após pagar fiança de R$ 200.
Segundo a nova versão de Tarabori, Maria Helena só sabia, na verdade, da existência de duas das armas apreendidas -um revólver 32 e uma outra arma que o advogado não soube identificar.
Tarabori afirma que a polícia vai ter que investigar a origem das armas. "Têm serviçais que moram na casa e muitos hóspedes passam por lá. A polícia vai ter que investigar", sugeriu.

Indiciamento
A nova versão sobre a origem das armas foi dada ontem pelo advogado Tarabori durante o depoimento do filho de Maria Helena à polícia. Ele também foi indiciado por porte ilegal de armas, embora tenha declarado desconhecer a origem do material apreendido na casa de sua mãe.
"Há indícios suficientes e veementes de que as armas eram dele", disse ontem o delegado Maurício Correali, que cuida do inquérito sobre as armas apreendidas na casa de Maria Helena.
No dia da apreensão, quatro armas -dois revólveres calibres 32 e 38, uma espingarda e uma garrucha- e quatro carregadores de uso privativo das Forças Armadas foram encontrados em um quarto apontado por funcionários como sendo de Neme.
O filho de Maria Helena é policial e trabalha atualmente como funcionário de gabinete de Maria Helena.


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