São Paulo, Terça-feira, 17 de Agosto de 1999
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PSDB oferece relatoria a Miriam

da Reportagem Local

Com o objetivo de ter a CPI da oposição aprovada, o PSDB ofereceu ontem a relatoria da comissão à vereadora Miriam Athiê, do PMDB. Miriam apresentou requerimento de abertura da CPI da situação. Se for aprovada em plenário, ela será a presidente.
A oferta foi feita ontem pelo líder da bancada tucana, vereador Dalton Silvano. "A idéia é mostrar que a proposta da oposição não é radical. Queremos chegar a um consenso para que todas as denúncias de irregularidades na administração pública sejam apuradas", explicou Silvano.
Miriam Athiê recusou a proposta dos tucanos, mas não foi uma recusa definitiva. Disse que "não pode retroceder", por isso não tem como retirar a proposta de CPI comandada por ela. Mas admitiu participar da CPI da oposição caso ela seja aprovada pela maioria dos vereadores.
A discussão sobre as duas propostas de CPI vai polarizar a semana na Câmara, que na prática começa com a sessão de hoje. Até agora, nenhum dos dois blocos na Casa tem os 28 votos necessários para a aprovação de sua comissão parlamentar de inquérito.
A da oposição, que será presidida por Roberto Trípoli (PSDB) se for aprovada, tem o apoio de 24 vereadores, segundo o autor da proposta. Desde ontem, oposicionistas estão fazendo uma ofensiva para convencer quatro vereadores governistas a aderirem à proposta (leia as estratégias dos blocos nos quadros abaixo).
Já Miriam Athiê afirma contar com o apoio de cerca de 25 vereadores do bloco governista. Mas admite que está tendo dificuldade para conseguir outros aliados. Maior exemplo da dificuldade é a bancada do PTB, de cinco vereadores, que sempre vota com o governo, mas decidiu não apoiar nenhuma das duas CPIs.
Há uma terceira opção de CPI, ainda não protocolada oficialmente, mas defendida por Miguel Colasuonno e Paulo Frange (ambos do PPB). Essa investigação teria o comando dos governistas e pouparia o prefeito Celso Pitta e os módulos do PAS (Plano de Atendimento à Saúde).
A decisão deve começar a ser tomada na manhã de hoje, em duas reuniões, uma dos governistas e outra dos oposicionistas. À tarde, na sessão, as propostas devem ser colocadas em votação, segundo Dalton Silvano.
Também na sessão de hoje os vereadores devem aprovar a criação de uma corregedoria e de um código de ética na Câmara Municipal. As duas propostas estão há mais de cinco anos na pauta da Câmara e foram desenterradas pelo bloco governista para mostrar à opinião pública que os vereadores querem limpar a corrupção na Casa.
(OTÁVIO CABRAL)


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