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VIOLÊNCIA
Entidade teve prejuízo equivalente a pelo menos R$ 100 mil; ladrão disfarçado de policial rendeu quatro vigias
Grupo armado assalta sede da Apae-SP
BRUNO LIMA
DA REPORTAGEM LOCAL
Um grupo armado, com um assaltante disfarçado de policial militar, invadiu a unidade central da Apae-SP (Associação de Pais e
Amigos dos Excepcionais de São
Paulo), na Vila Clementino (zona
sul de São Paulo), anteontem à
noite e roubou, em doações e aparelhos eletrônicos, o equivalente a
pelo menos R$ 100 mil.
Segundo a entidade, foram roubados cerca de 20 computadores
-entre eles os do laboratório de
informática- e pelo menos seis
impressoras, sete televisores, cinco videocassetes, quatro aparelhos de som, três copiadoras e
dois aparelhos de fax. Também
foram levados remédios, cheques
pré-datados de doações feitas à
entidade e cerca de R$ 700 em dinheiro. A instituição, que possui
seguro, ainda não conseguiu listar
todos os bens roubados.
Os assaltantes permaneceram
cerca de cinco horas na unidade
central da entidade, que possui
cinco prédios em um terreno de
12 mil metros quadrados, e acaba
de ser reformada. Salas da administração e do setor financeiro foram reviradas, vidros quebrados e
portas arrombadas.
Quatro porteiros foram rendidos e trancados em banheiros.
Ninguém foi ferido. Segundo a
polícia, os funcionários disseram
ter ouvido as vozes de oito homens durante o assalto. Os equipamentos foram transportados
em um caminhão.
"Estamos chocados e indignados. Temos batalhado tanto pela
cidadania e pela inclusão social,
mas, como toda a sociedade, não
estamos ilesos. Ninguém se salva", disse o coordenador-geral da
Apae-SP, Nelson Vilaronga.
O falso PM chegou à entidade
por volta das 23h, rendeu o porteiro que estava na guarita da portaria central e o obrigou a chamar
os outros três porteiros. Dois deles foram algemados e trancados
em um banheiro. Um ficou na
guarita principal com um dos assaltantes, e o quarto foi forçado a
andar pelos prédios com o grupo.
Por volta das 4h, antes de fugir
no caminhão, os assaltantes
amarraram e amordaçaram os
outros dois porteiros e trocaram
as algemas dos dois primeiros por
cordas e fitas adesivas. Todos foram colocados em banheiros.
Pouco depois, um deles conseguiu se soltar e chamou a polícia.
A polícia investigará se houve
participação de funcionários da
Apae-SP no assalto. Durante o
tempo em que estiveram trancados, os porteiros ouviram conversas dos assaltantes. Segundo a polícia, as vítimas contaram que a
quadrilha sabia nomes de funcionários da entidade.
A Apae-SP tem hoje um déficit
mensal de R$ 180 mil, em média.
Da receita mensal da entidade
-R$ 1,1 milhão-, 85% financiam atendimentos gratuitos.
Por mês, são realizados 30 mil
testes do pezinho e cerca de 2.000
consultas médicas. Cerca de 1.600
crianças são atendidas em programas permanentes.
A Apae-SP, fundada em 1961,
possui seis unidades e tem como
missão promover a inclusão social de portadores de deficiências
mentais. A entidade só aceita contribuições após uma visita do
doador à instituição.
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