São Paulo, quarta-feira, 17 de setembro de 2008

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Grevistas optaram por risco e intransigência, diz governo

A secretaria diz que, enquanto durar a greve, não enviará projeto de aumento à Assembléia

"Não se pode colocar em jogo a segurança dos cidadãos, e o governo vai às últimas conseqüências para evitar isso", diz nota oficial

DA REPORTAGEM LOCAL

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou ontem, por meio de nota oficial, que, enquanto durar a greve, não enviará mais à Assembléia Legislativa projeto de lei que prevê R$ 500 milhões a mais para o pagamento do salário dos policiais ainda neste ano.
Pela nota, a SSP classifica a greve como "despropositada, que atinge um serviço essencial à população e gera intranqüilidade". A pasta afirma ainda que os sindicatos que representam os policiais civis não querem dialogar e "optaram pela intransigência e pelo risco".
Na nota, a secretaria também reafirmou que o aumento salarial reivindicado pelos policiais está "fora da realidade orçamentária do Estado".
Segundo ainda a secretaria, o aumento representaria acréscimo de R$ 3 bilhões à folha de pagamento da polícia.
Sem dar muitos detalhes, o documento diz ainda que "não se pode colocar em jogo a segurança dos cidadãos, e o governo vai às últimas conseqüências para evitar que isso aconteça".
A Secretaria de Gestão Pública, responsável pelas negociações com a categoria, não quis se manifestar. Procurado, o governador José Serra (PSDB) informou, por meio de sua assessoria, que apenas a Secretaria da Segurança Pública iria se manifestar sobre a paralisação.
A Folha apurou que o governador Serra se reuniu ontem com o secretário Sidney Beraldo (Gestão) para discutir a greve. Mas não houve uma sinalização de apresentar uma nova contraproposta à categoria.
A secretaria diz ainda que "os sindicatos escondem deliberadamente de suas bases os benefícios das propostas apresentadas pelo governo" e que vem tentando o "diálogo". Segundo a SSP, o investimento de R$ 500 milhões beneficiaria 1.000 dos 3.500 delegados e daria aumento de até 38% para os que estão em início de carreira.
A SSP também diz, na nota, que a cartilha divulgada por sindicatos e associações que representam os policiais com orientações para a greve tem muitos procedimentos ilegais ou que contrariam a liminar que determina que 80% do efetivo policial permaneça nas delegacias e que nenhuma atividade seja interrompida.
A nota, porém, não especifica a quais procedimentos a secretaria se refere.


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