São Paulo, sexta, 17 de outubro de 1997.



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ACIDENTE
Não há informações oficiais sobre vítimas; escombros de 500 toneladas abalam edifícios vizinhos, que podem ruir
Prédio de 17 andares desaba em Rio Preto

Pierre Duarte/Folha Imagem
Escombros do edifício de 17 andares que desabou em São José do Rio Preto (SP)


EDMILSON ZANETTI
em São José do Rio Preto

Um edifício de 17 andares caiu ontem, às 6h20, em São José do Rio Preto (451 km a noroeste de São Paulo). Os escombros, estimados em 500 t, atingiram quatro casas, um posto de combustível, quatro andares de um prédio e um andar de outro, a uma distância de 100 m.
Não há informações oficiais sobre mortos ou feridos, mas o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil não descartaram a possibilidade.
O edifício que caiu, chamado Itália, integra um condomínio de alto padrão com três prédios de 17 andares na Vila Imperial. Os outros dois, Espanha e Portugal, também correm o risco de desabar.
Duas estações de medições instaladas pela prefeitura para detectar a situação dos dois prédios indicaram que um deles apresentou inclinação de 10 cm.
Se não caírem, os dois prédios podem ser implodidos, segundo o engenheiro e advogado Kleber Sellmann Nazareth Duque, membro da incorporadora que terminou a obra.
O edifício Luiz de Camões, de dez andares, atingido parcialmente pelos escombros, sofreu uma inclinação de alguns centímetros e também corre risco de desabar.
A Secretaria de Obras colocou escoras nos pilares de sustentação do prédio. O condomínio seria inaugurado no próximo dia 27. Já moravam nos três prédios 14 famílias, incluindo juízes, médicos, empresários, advogados e promotores. No edifício que desabou moravam três dessas famílias.
Os moradores começaram a ouvir barulhos, descritos por eles como "explosões" e "trovões", e sons de vidro se quebrando a partir das 3h de ontem.
O Corpo de Bombeiros foi acionado às 5h51. No total, 65 pessoas foram retiradas de suas casas em um raio de 150 m do local. Às 6h10, foi retirado o último morador. Dez minutos depois, o prédio caiu.
Uma moradora do edifício Luiz de Camões não conseguiu sair antes da queda. Ela passou mal e foi socorrida no hospital. Seu nome não foi revelado.
Peritos da Polícia Científica e do Corpo de Bombeiros entraram no edifício Portugal às 14h30, quando começou a chover. A força da queda atingiu as galerias pluviais da rua Luiz de Camões. Para evitar infiltrações na estrutura dos outros prédios, o fornecimento de água na região foi interrompido.
O prédio que caiu estava segurado em cerca de R$ 4 milhões, segundo o engenheiro Duque.
Ele disse que "existe um seguro de responsabilidade civil, que garante a solidez da obra até cinco anos". Nesse caso, os proprietários dos imóveis poderiam ser ressarcidos. Ele não informou o nome da seguradora. Só o laudo pericial vai estabelecer de quem é a responsabilidade.



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