|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
URBANISMO
Prefeito Celso Pitta envia na quarta-feira projeto de lei para regulamentar construção no centro de SP
Projeto do megaprédio chega à Câmara
ANTONIO CARLOS SEIDL
da Reportagem Local
O prefeito Celso Pitta (PTN) envia na próxima quarta-feira à Câmara Municipal de São Paulo
mensagem e projeto de lei regulamentando a construção do Maharishi São Paulo Tower, um megaedifício de 510 metros de altura
e 108 andares, o mais alto do
mundo, que ocupará 15% de um
novo parque de 1,3 milhão de m2
no bairro do Pari, no centro de
São Paulo.
O empreendimento de US$ 1,65
bilhão estará situado no perímetro formado pela rua São Caetano, ao norte, av. Rangel Pestana,
ao sul, rua Antonio Paes, a oeste, e
rua Barão de Ladário, a leste, mais
o parque Dom Pedro.
O Maharishi São Paulo Tower é
uma iniciativa conjunta do
MGDF (Maharishi Global Development Fund), um fundo internacional de investimentos imobiliários, sediado em Nova York, e
do grupo brasileiro Brasilinvest,
presidido pelo empresário Mario
Garnero.
A construção deverá criar 10 mil
empregos diretos e 35 mil indiretos. Quando pronto, o empreendimento terá uma população fixa
de 50 mil pessoas e uma população flutuante de outras 50 mil.
Em contrato assinado com o
grupo Brasilinvest, em Nova
York, no último dia 23 de agosto,
o MGDF se comprometeu a "bancar" a obra até o limite de US$
1,65 bilhão. O MGDF e o Brasilinvest formaram a empresa Tower
Empreendimentos para construir
e gerenciar a megatorre.
O MGDF é controlado pelo
monge hindu Maharishi Mahesh
Yogi, que foi guru dos Beatles na
década de 60, tendo investimentos imobiliários em cerca de 15
países, entre eles EUA, Alemanha, Holanda, Japão, Índia e Canadá.
Desapropriação
De acordo com o projeto de lei,
os empreendedores arcarão com
o custo estimado em R$ 200 milhões da desapropriação de residências e prédios comerciais existentes na área e da transferência
da atual zona cerealista para regiões periféricas.
A construção de um anel viário
de acesso ao prédio, com um custo estimado em R$ 378 milhões,
também ficará sob a responsabilidade dos empreendedores.
Por acreditar na rápida aprovação do projeto de lei na Câmara,
Mario Garnero prevê o lançamento da pedra fundamental da
construção no dia 25 de janeiro
de 2000, durante as comemorações do aniversário da cidade, e a
conclusão das obras em 2005.
Segundo Mario Garnero, os vereadores "não deixarão essa
oportunidade escapar das mãos
de São Paulo", já que o megaprojeto representa "três Fords"
-uma referência à nova fábrica
da Ford, na Bahia, um investimento de US$ 500 milhões, que
provocou uma polêmica "guerra
fiscal" entre Estados da federação.
O projeto de lei propõe a implantação pela Prefeitura, por
meio de concorrência pública, de
um centro para a realização de
eventos esportivos e artísticos,
com capacidade para 25 mil pessoas, no formato do "Millennium
Dome", de Londres, a majestosa
construção de teto abobadado
que a rainha Elizabeth vai inaugurar no próximo dia 31 de dezembro, nas comemorações da passagem do século na capital britânica.
IPTU
Mario Garnero diz que o Maharishi São Paulo Tower, além de
contribuir com os planos da Prefeitura de São Paulo para a reurbanização e revitalização do centro da cidade, sob a coordenação
do Procentro (Programa de Requalificação Urbana e Funcional
do Centro de São Paulo), terá um
forte impacto econômico nos cofres municipais, gerando, quando
concluído, cerca de R$ 15 milhões
em IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e investimentos
privados de R$ 3 bilhões por ano.
Idealizado pelo escritório de arquitetura Minori Yamasaki, cuja
obra mais conhecida internacionalmente é o World Trade Center, de Nova York, o projeto do
Maharishi São Paulo Tower, que
custou US$ 80 milhões aos empreendedores, conta, agora, com
a participação de quatro arquitetos brasileiros: Alcindo Dell'Agnese, Edo Rocha, Cândido Malta
Filho e Benedito Abbud (responsável pelo projeto de paisagismo).
Por sugestão dos arquitetos brasileiros, a fachada do projeto não
será mais de concreto e granito,
mas de vidro. A forma piramidal
será mantida. A pirâmide é formada por quatro prédios, em torno de sete mezaninos a cada sete
andares. Cada bloco de 15 andares
terá usos diferentes, abrigando,
desde a base, um centro de convenções e exposições de 110 mil
m2, shopping centers, cinemas,
teatros, restaurantes, escolas, universidade, centro médico, escritórios, hotel e apartamentos.
Estão previstas quatro garagens
subterrâneas para 15 mil e 25 mil
automóveis, que serão ligadas ao
prédio, estações de metrô e de
trem e terminais de ônibus por
meio de um sistema de transporte
por monotrilho.
Igreja
Na área do parque, além do
"domo" proposto pela Prefeitura,
dois destaques: a nova igreja de
São Vito, a ser construída em terreno doado pelos empreendedores à Arquidiocese de São Paulo, e
um centro comunitário ecumênico, a ser implantado no prédio
tombado de uma antiga fábrica
do grupo industrial Matarazzo.
Preocupado em mitigar o impacto do empreendimento na rede de infra-estrutura local, o projeto quer fazer da megatorre um
"prédio ecológico". A idéia é tornar o prédio auto-suficiente em
energia elétrica, prevista para ser
produzida no local por uma usina
de gás natural de 105 megawatts.
A iluminação noturna das fachadas será feita por meio de energia
solar, captada durante o dia por
células fotoelétricas.
Texto Anterior: Moradores tentam conquistar benefícios Próximo Texto: Presidente do Brasilinvest combate "nacionalismo tupiniquim" Índice
|