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EDUCAÇÃO
Professores de odontologia da USP são suspeitos de irregularidades em cursos de especialização
Conselho investiga professor de Bauru
EDMILSON ZANETTI
da Agência Folha,
em São José do Rio Preto
O Conselho Federal de Odontologia instaurou uma comissão de
sindicância para apurar suspeitas
de irregularidades em cursos de
especialização ministrados por
professores da Faculdade de
Odontologia da USP de Bauru,
no interior de São Paulo.
A medida atende a pedido do
Ministério Público Federal, que,
assim como a própria universidade, já investiga o caso.
O procurador da República Pedro Antonio de Oliveira Machado enviou ao presidente do conselho, Jacques Narcisse Henri
Duval, documentos que apontam
indícios de irregularidades nos
cursos.
Segundo o procurador, estão
sendo desrespeitados artigos da
Consolidação das Normas para
Procedimentos nos Conselhos de
Odontologia -uma resolução
do conselho de abril de 1993.
Por exemplo, o artigo 154, no
parágrafo 4º, estabelece que "é
vedada a utilização de um mesmo
local conveniado para a realização de mais de um curso concomitante da mesma especialidade".
O artigo 166, parágrafo 1º, diz
que "cada instituição de ensino
só poderá manter em funcionamento um curso de cada especialidade".
Mas a Agência Folha apurou
que professores do Departamento de Odontopediatria do campus da USP em Bauru participam
de quatro cursos de especialização simultaneamente.
Um curso de especialização tem
carga mínima de 500 horas-aula e
dura em média um ano.
Alguns desses professores são
contratados pela universidade
em RDIDP (Regime de Dedicação Integral à Docência e à Pesquisa). Nessa condição, eles têm
de cumprir carga horária de 40
horas semanais para a universidade.
O regulamento de regime de
trabalho da USP permite que esses professores participem de outra atividades, remuneradas, voltadas para o ensino, mas até o limite de oito horas semanais.
Pelo menos cinco professores
em regime de dedicação integral
estão incluídos na programação
dos quatro cursos de especialização.
Um deles é o atual diretor da
Faculdade de Odontologia, Aymar Pavarini. Procurado pela
Agência Folha na sexta-feira para
falar sobre o assunto, ele não deu
entrevista. Nota da assessoria de
imprensa disse que ele não vai falar até o final da sindicância aberta pela USP.
Segundo Miguel Álvaro Santiago Nobre, membro da comissão
de sindicância do conselho, a comissão vai investigar o cumprimento ou não das normas do
conselho.
Nobre afirmou que, se forem
confirmadas as irregularidades,
os professores envolvidos poderão perder o credenciamento para os cursos.
A equipe tem agendadas duas
datas este mês para ouvir os envolvidos em Bauru (345 km a noroeste de São Paulo). O prazo para conclusão do relatório da comissão de sindicância se esgota
em 29 de outubro.
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