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Salário na rede pública sobe 29,5%
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O salário dos professores das
redes públicas subiu, em média,
29,5% entre dezembro de 1997,
antes da implantação do Fundef, e
junho deste ano.
As informações foram apresentadas ontem pelo Ministério da
Educação durante a divulgação
da pesquisa com dados sobre o
Fundef.
As principais diferenças aparecem no Nordeste, onde, em média, os rendimentos dos professores foram aumentados em 59%.
Entre os professores com apenas o ensino fundamental completo, o reajuste salarial chegou a
94% no período analisado.
"Sem dúvida o maior impacto
do Fundef foi nos salários dos
professores", diz Maria Helena
Castro, presidente do Inep (Instituto Nacional de Estatísticas e
Pesquisas em Educação). "Criou-se uma nova classe na região, a
dos professores."
Diferença
Os salários no Nordeste ainda
são baixos se comparados com
outras regiões do país.
Enquanto um professor com
magistério no Sudeste ganha hoje,
em média, R$ 1.000,00, o nordestino recebe R$ 528,00.
No entanto, a variação salarial
nessa faixa no Nordeste foi de
58% entre 1997 e 2000. No Sudeste, o crescimento foi de 26%.
"O que nós notamos é uma mudança até de comportamento nos
municípios", afirmou Ulisses Semeghini, coordenador do Fundef.
"Hoje os professores têm orgulho
da profissão. Eles até mesmo ajudam a movimentar a economia
nos municípios menores."
Legislação
A lei que criou o Fundef estabelece que 60% dos recursos repassados aos Estados e municípios
devem ser usados para a qualificação dos professores, tanto salarial quanto na formação.
A pesquisa coordenada pela Fipe mostra também que há 46%
menos professores leigos -sem
ter pelo menos a formação em
magistério- nas salas de aula do
que em dezembro de 1997, antes
do Fundef.
"O aumento de recursos para a
educação, principalmente os destinados aos professores, incentivou a capacitação e atraiu mais
docentes qualificados para a rede
pública", disse o ministro da Educação, Paulo Renato Souza.
As redes municipais de ensino
têm hoje 24% mais professores do
que em 1997. As redes estaduais,
no entanto, perderam 2,6% dos
seus professores.
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