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Análise preliminar de perito aponta problemas estruturais em cadeia
DA FOLHA RIBEIRÃO
A Cadeia Pública de Ribeirão
Preto (319 km de São Paulo), unidade 2, apresenta graves problemas estruturais que comprometem a segurança do prédio, segundo a análise preliminar realizada pelo perito José Elias Laier,
da USP (Universidade de São
Paulo) de São Carlos.
Laier prepara laudo a pedido da
Promotoria da Cidadania de Ribeirão, que apura irregularidades
na construção da cadeia.
O inquérito foi instaurado em
fevereiro deste ano, quando os
presos da ala B arrancaram grades
durante uma rebelião.
Além do inquérito da promotoria, o ouvidor das polícias, Benedito Mariano, solicitou da Polícia
Civil medidas para conter as mortes na cadeia, que já somam 13
neste ano.
O promotor Sebastião Sérgio da
Silveira afirmou que, dependendo
do resultado do laudo, ele pode
até pedir a interdição da cadeia.
"Se houver risco aos funcionários
ou aos presos, nós vamos pleitear
a interdição dela, sim."
O prédio já recebeu dois laudos
-um do Instituto de Criminalística e outro do IPT (Instituto de
Pesquisas Tecnológicas)-, mas
nenhum apontou problemas na
estrutura da cadeia.
O laudo do IPT foi feito a pedido
do governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB), que ameaça
derrubar o prédio se forem encontradas irregularidades.
Entre as irregularidades graves
apontadas pelo perito está a fixação das grades, que não obedece
os critérios necessários, como ser
mais profunda e soldada às barras
de aço da parede. "Você não faz
aquilo nem na sua casa", disse.
Para Laier, há problemas ainda
com a fundação do prédio -que
apresenta deslocamento de paredes. "Não sabemos se é pela grande quantidade de túneis", disse.
Ainda na parte estrutural, o perito disse que ficou assustado com
o sistema hidráulico da cadeia.
"Há caixas d'água demais." O sistema elétrico também apresenta
problemas. "Colocaram os disjuntores dentro das alas. O controle é feito pelos presos", disse.
Na cadeia 2, inaugurada em novembro de 99, ocorreram cinco
fugas e duas tentativas. Todas por
meio de túneis, o que aumentou a
suspeita da promotoria quanto
aos problemas na construção.
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