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AMBIENTE 1
UFRJ identifica novos pontos no Rio contaminados por metal pesado
Encontrado mercúrio em dois rios
DA SUCURSAL DO RIO
Mais dois pontos do Rio estão
contaminados por mercúrio: os
rios Acari e Meriti, que deságuam
na baía de Guanabara, segundo
análise de lama feita pelo Laboratório de Radioisótopos do Instituto de Biofísica da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
O mercúrio é um metal pesado
que, se consumido, pode causar
doenças no sistema nervoso, lesões fetais e até a morte.
Ontem, a Folha revelou a existência de mercúrio no manguezal
do Jequiá, na Ilha do Governador
(zona norte do Rio), segundo pesquisa ainda em curso do laboratório. A população da região come
peixes e caranguejos do local.
A contaminação dos rios Acari e
Meriti é mais antiga. As coletas, de
1992, resultaram em pesquisa publicada no ano seguinte pela revista científica "Environmental
Technology", da Holanda.
O mercúrio foi encontrado em
cinco pontos de coleta nos rios em
quantidades até 1.150% superior à
média mundial da presença do
metal em sedimentos.
Risco para a população
A diferença entre os locais contaminados é o risco para os moradores. Enquanto no manguezal
há peixes e crustáceos, os rios
-dos mais poluídos do Estado-
viraram esgotos a céu aberto.
O Acari recebe esgoto sem tratamento de favelas e indústrias da
zona norte. Ele é afluente do Meriti, que passa pela Baixada Fluminense e deságua na baía de Guanabara. Nunca foi investigada a
origem do mercúrio no sistema
fluvial formado por esses rios.
Para o deputado Carlos Minc
(PT), da Comissão de Meio Ambiente da Assembléia Legislativa,
o mercúrio pode vir da companhia Pan-Americana S/A Indústrias Químicas, em Honório Gurgel, que usa o metal para fabricar
cloro e soda cáustica. "Parte do
mercúrio usado vai para o ambiente volatilizado ou para a água
em forma de sal de mercúrio."
Nélio Rodrigues, diretor de planejamento da Pan-Americana,
negou que isso esteja ocorrendo.
"Investimos US$ 2,5 milhões de
1992 a 1998 em melhorias ambientais na empresa, sempre com
acompanhamento permanente
da Feema (Fundação Estadual de
Engenharia do Meio Ambiente),
o órgão estadual responsável."
Segundo o executivo, a Pan-Americana trata a água usada antes de despejá-la. "A probabilidade de ir mercúrio para o rio é quase zero. A água que lançamos como resíduo final é mais pura do
que a que captamos no rio Acari."
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