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ADMINISTRAÇÃO
Vereadores condenam propostas da prefeitura na área de transportes e defendem reivindicações das viações
Até aliados resistem a projeto de Marta
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
A proposta da prefeita Marta
Suplicy para a reorganização do
transporte coletivo enfrenta a resistência de aliados do governo
petista. Vereadores que costumam votar com a atual administração, de partidos como PC do B,
PMDB e PL, condenam boa parte
das idéias do projeto de lei enviado à Câmara em setembro.
Como tramitam em regime de
urgência, essas idéias têm que entrar na pauta de votações antes do
dia 27. Marta precisa do voto de
28 dos 55 parlamentares. O PT
tem 16 vereadores na Casa.
As principais mudanças exigidas por vereadores aliados coincidem com as reivindicações das
viações de ônibus. Por exemplo, a
defesa de que as gratuidades para
idosos, estudantes, carteiros e policiais sejam bancadas pela prefeitura, e não pelos operadores.
"Não podemos onerar a empresa que vai prestar esse serviço. Se a
prefeitura der a gratuidade, não
pode ser abusando do chapéu
alheio", afirma Antonio Goulart
(PMDB), que diz ter convencido
dois dos três vereadores do PTB.
O vereador Vicente Cândido
(PT) diz que há um "lobby legítimo" das viações. "O projeto tem
um grau de polêmica por causa
dos interesses econômicos. Mas
vamos debater as sugestões."
Outro ponto criticado é aquele
que prevê a criação de uma empresa para fazer a gestão financeira do transporte, concentrando a
arrecadação e a distribuição dos
pagamentos. Marta diz que essa é
uma forma de manter controle
dos custos e garantir que os recursos excedentes com a arrecadação
tarifária sejam investidos no sistema. Alguns vereadores temem
atraso no repasse aos operadores,
conforme ocorria na gestão Pitta.
"O empresário arrecada e depois tem que mendigar esse dinheiro de volta? Não está certo",
afirma Antonio Carlos Rodrigues
(PL), que promete "trabalhar
contra" se não houver alterações
radicais no projeto.
O vereador Alcides Amazonas
(PC do B), ex-secretário-geral do
Sindicato dos Condutores, é um
dos que defendem a isenção dos
operadores em relação às gratuidades. "A prefeitura pode subsidiar as gratuidades. É uma forma
de não deixar nas costas das viações e evitar aumento de tarifa."
A vereadora Miriam Athiê
(PMDB) condena os prazos para
a votação. "Todos os projetos em
regime de urgência terão dificuldade para passar." O discurso é
semelhante ao do oposicionista
Gilberto Natalini (PSDB). "É um
atropelo para evitar uma discussão mais aprofundada."
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