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GREVE NAS FEDERAIS
Servidores rejeitam acordo com Paulo Renato; houve confronto na UFRJ
MEC faz nova proposta a professores
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA SUCURSAL DO RIO
Apesar do impasse nas negociações com o sindicato dos professores das universidades federais,
o ministro da Educação, Paulo
Renato Souza, ofereceu aos docentes em greve reajuste de 30%
na GED (Gratificação de Estímulo
à Docência) e na GID (Gratificação de Incentivo à Docência).
A proposta, que não faz parte da
pauta de reivindicações da categoria, foi anunciada em uma carta
dirigida a todos os reitores e a cerca de 9.000 professores.
"Não trabalhamos com essa hipótese. Isso é uma provocação do
ministro Paulo Renato, que se
sentiu muito acuado com a manifestação de ontem [anteontem"",
disse Roberto Leher, presidente
da Andes (Sindicato Nacional dos
Docentes do Ensino Superior).
Anteontem, o ministro e a primeira-dama, Ruth Cardoso, foram vaiados durante a abertura
de um congresso sobre educação.
Para Leher, as disparidades entre ativos e inativos aumentarão
com a elevação das gratificações.
Segundo Paulo Renato, essa é a
proposta viável a partir do aumento de R$ 250 milhões na dotação orçamentária da Educação
para a folha de pagamento dos
professores, prometida por líderes do Congresso.
Depois de mais de 20 reuniões,
os servidores das universidades
federais e o ministério também
não conseguiram fechar acordo.
O governo já ofereceu a incorporação total da GAE (Gratificação por Atividade Executiva) aos
salários a partir de 2002.
Os servidores exigem a liberação imediata dos salários retidos,
a incorporação da GAE a partir do
pagamento de outubro e a aprovação do projeto de lei que garante a incorporação.
Segundo Agnaldo Fernandes,
coordenador do sindicato dos
servidores, apenas 53% do orçamento de folha de pagamento da
Educação foi utilizado até outubro. Portanto há verbas para incrementar os salários desde já.
Está marcada para a manhã de
hoje reunião entre o ministério e
representantes dos grevistas das
federais no Palácio do Planalto.
Confronto
A UFRJ (Universidade Federal
do Rio de Janeiro) teve ontem um
dia de confronto em razão do pagamento do salário dos funcionários dos hospitais universitários.
Cerca de 300 professores e funcionários em greve e estudantes
fizeram piquete na porta do NCE
(Núcleo de Computação Eletrônica) para impedir que fosse rodada
uma folha de pagamento só para
os funcionários dos hospitais.
Mesmo assim, a reitoria anunciou, no início da noite, que haviam sido pagos os salários de
2.930 funcionários.
No início do mês, o ministro
Paulo Renato Souza suspendeu o
pagamento dos grevistas e também dos funcionários dos hospitais universitários, que não haviam aderido à greve.
Diante do protesto dos hospitais, foi liberada uma verba específica para que as instituições providenciassem o pagamento dos
funcionários que furaram a greve.
Ontem, os grevistas impediram
a entrada no NCE da técnica que
havia começado a elaborar a folha
com os nomes de 5.000 pessoas
que receberiam seus salários.
Houve tumulto. A principal dificuldade era que, por motivo de
segurança, o computador com as
informações só podia ser acessado do NCE, cujas portas foram fechadas pelos grevistas.
Cerca de 50 grevistas invadiram
a reitoria e entraram no Hospital
Universitário Clementino Fraga
Filho, onde técnicos tentavam alternativas para rodar a folha.
Foi demitida ontem do cargo a
sub-reitora de pessoal da UFRJ,
Maria Augusta Tempone, que, segundo funcionários da UFRJ, teria se recusado a fazer a folha em
separado para servidores dos hospitais. Procurada pela Folha, a
sub-reitora não foi encontrada. A
reitoria informou que a demissão
não teve relação com a greve.
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