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EMIL ASSAD RACHED (1939-2009)
Gigante no basquete e nos Trapalhões
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Nenhuma gracinha sobre
os 2,17 m de Emil Rached o
abalava. Ouviu tanto as mesmas piadas -do tipo "Está
frio aí em cima?"-, que passou a levar tudo numa boa.
Só havia uma coisa que o
tirava do sério: as gincanas
que desafiavam os participantes a achar o maior de todos os sapatos da cidade.
Não que ele fosse contra a
diversão alheia: é que sempre batiam na porta dele, pedindo emprestado o seu
exemplar de número 54.
Emil soube usar sua altura
a seu favor. Em meados dos
anos 60, tornou-se jogador
profissional de basquete. Seu
maior feito foi arrebatar o
ouro no Pan de 1971, quando
foi eleito o melhor jogador,
como lembra o filho Rafael.
Pouco antes de abandonar
as quadras em 1980, o fato de
ser grandalhão, de novo, o
ajudou: foi convidado para
participar de programas e filmes dos Trapalhões. Sua altura era a deixa perfeita para
as piadas de Renato Aragão.
Cogitado para integrar de
vez o elenco do programa, recusou a oferta, diz o filho.
Rafael conta ainda que lendas se criaram em torno do
pai. "Diziam até que ele tinha
um Fusca com o teto recortado." No fundo, fazia pequenas adaptações no banco do
carro -e "teve uma vida normal". Trabalhou como representante comercial e seu último negócio foi uma loja de
móveis de ferro fundido.
Morreu anteontem, aos
70, devido a uma embolia
pulmonar e a uma parada
cardíaca. Sofria de um tipo
de anemia. Deixa três filhos e
um neto. A missa de sétimo
dia será na quarta, às 19h, na
igreja Nossa Senhora do Rosário, em Campinas (SP).
coluna.obituario@uol.com.br
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