São Paulo, sábado, 17 de outubro de 2009

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EMIL ASSAD RACHED (1939-2009)

Gigante no basquete e nos Trapalhões

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Nenhuma gracinha sobre os 2,17 m de Emil Rached o abalava. Ouviu tanto as mesmas piadas -do tipo "Está frio aí em cima?"-, que passou a levar tudo numa boa.
Só havia uma coisa que o tirava do sério: as gincanas que desafiavam os participantes a achar o maior de todos os sapatos da cidade.
Não que ele fosse contra a diversão alheia: é que sempre batiam na porta dele, pedindo emprestado o seu exemplar de número 54.
Emil soube usar sua altura a seu favor. Em meados dos anos 60, tornou-se jogador profissional de basquete. Seu maior feito foi arrebatar o ouro no Pan de 1971, quando foi eleito o melhor jogador, como lembra o filho Rafael.
Pouco antes de abandonar as quadras em 1980, o fato de ser grandalhão, de novo, o ajudou: foi convidado para participar de programas e filmes dos Trapalhões. Sua altura era a deixa perfeita para as piadas de Renato Aragão.
Cogitado para integrar de vez o elenco do programa, recusou a oferta, diz o filho.
Rafael conta ainda que lendas se criaram em torno do pai. "Diziam até que ele tinha um Fusca com o teto recortado." No fundo, fazia pequenas adaptações no banco do carro -e "teve uma vida normal". Trabalhou como representante comercial e seu último negócio foi uma loja de móveis de ferro fundido.
Morreu anteontem, aos 70, devido a uma embolia pulmonar e a uma parada cardíaca. Sofria de um tipo de anemia. Deixa três filhos e um neto. A missa de sétimo dia será na quarta, às 19h, na igreja Nossa Senhora do Rosário, em Campinas (SP).

coluna.obituario@uol.com.br


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