|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Para famílias de vítimas, relatório é vago
Associação dos Parentes e Amigos do Vôo 1907 da Gol diz que texto preliminar sobre acidente não trouxe novidades
O grupo pretende, agora, pressionar o Ministério da Defesa para poder incluir representante na comissão de investigação oficial
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Associação dos Parentes e
Amigos do Vôo 1907 da Gol
considerou que o relatório preliminar de investigação do acidente que deixou 154 mortos
foi muito vago e não trouxe novidades. A maior crítica foi a de
que a comissão não ouviu controladores de tráfego aéreo ou
pilotos.
Com a criação oficial do grupo, as famílias irão pressionar o
Ministério da Defesa para ter
um representante dentro da
comissão de investigação oficial ou, pelo menos, querem poder indicar um perito para
acompanhar a investigação de
forma paralela.
"O relatório preliminar deixou a desejar. Vamos cobrar
mais agilidade, mais detalhes e
mais firmeza", disse uma das
representantes da associação,
Luciana Siqueira, irmã de uma
das vítimas.
"Achamos grave que os controladores e pilotos não foram
ouvidos. Ou estão escondendo
algo ou poupando eles. Entendemos a situação e a posição de
quem está de atestado médico,
mas numa investigação as coisas deveriam ser diferentes",
completou.
Reunião
Ainda ontem, o presidente da
associação, Jorge Cavalcanti, se
reuniu com o coronel Rufino
Antônio da Silva Ferreira para
receber o relatório e discutir
detalhes da investigação.
Apesar da confirmação oficial de aspectos que ainda eram
incertos sobre o acidente -por
exemplo, as tentativas de contato do Legacy e o chamado
"buraco negro" de comunicações e radar na região da floresta amazônica-, os familiares já
consideravam que essas linhas
investigativas eram de domínio
público.
Eles pretendem cobrar, mais
especificamente, informações
ainda sigilosas da investigação,
as gravações de dados e de voz
da caixa-preta. Esses dados, por
decisão judicial, devem ser repassadas pela comissão à Polícia Federal.
Dez famílias de vítimas da
tragédia já ingressaram com
ação judicial em Nova York
contra a ExcelAire (dona do jato Legacy) e a Honeywell (fabricante do transponder do jato). A primeira audiência do caso está marcada para o dia 18 de
dezembro.
Texto Anterior: Há 50 anos Próximo Texto: PF prende três ingleses e cinco paraguaios por tráfico internacional Índice
|