São Paulo, sexta-feira, 17 de novembro de 2006

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Para famílias de vítimas, relatório é vago

Associação dos Parentes e Amigos do Vôo 1907 da Gol diz que texto preliminar sobre acidente não trouxe novidades

O grupo pretende, agora, pressionar o Ministério da Defesa para poder incluir representante na comissão de investigação oficial

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Associação dos Parentes e Amigos do Vôo 1907 da Gol considerou que o relatório preliminar de investigação do acidente que deixou 154 mortos foi muito vago e não trouxe novidades. A maior crítica foi a de que a comissão não ouviu controladores de tráfego aéreo ou pilotos.
Com a criação oficial do grupo, as famílias irão pressionar o Ministério da Defesa para ter um representante dentro da comissão de investigação oficial ou, pelo menos, querem poder indicar um perito para acompanhar a investigação de forma paralela.
"O relatório preliminar deixou a desejar. Vamos cobrar mais agilidade, mais detalhes e mais firmeza", disse uma das representantes da associação, Luciana Siqueira, irmã de uma das vítimas.
"Achamos grave que os controladores e pilotos não foram ouvidos. Ou estão escondendo algo ou poupando eles. Entendemos a situação e a posição de quem está de atestado médico, mas numa investigação as coisas deveriam ser diferentes", completou.

Reunião
Ainda ontem, o presidente da associação, Jorge Cavalcanti, se reuniu com o coronel Rufino Antônio da Silva Ferreira para receber o relatório e discutir detalhes da investigação.
Apesar da confirmação oficial de aspectos que ainda eram incertos sobre o acidente -por exemplo, as tentativas de contato do Legacy e o chamado "buraco negro" de comunicações e radar na região da floresta amazônica-, os familiares já consideravam que essas linhas investigativas eram de domínio público.
Eles pretendem cobrar, mais especificamente, informações ainda sigilosas da investigação, as gravações de dados e de voz da caixa-preta. Esses dados, por decisão judicial, devem ser repassadas pela comissão à Polícia Federal.
Dez famílias de vítimas da tragédia já ingressaram com ação judicial em Nova York contra a ExcelAire (dona do jato Legacy) e a Honeywell (fabricante do transponder do jato). A primeira audiência do caso está marcada para o dia 18 de dezembro.


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