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Para Chanel, moda não pode ser responsabilizada por anorexia
DA REPORTAGEM LOCAL
A Chanel se manifestou ontem sobre a morte da modelo
Ana Carolina Reston e disse
que "a moda não é responsável
pela anorexia".
Um porta-voz da marca declarou que "lamentavelmente a
anorexia é uma realidade, um
verdadeiro problema da sociedade. Mas não há porque criar
falsa polêmica. A moda não é
responsável pela anorexia".
Grandes agências de modelos também se pronunciaram e,
à Folha, negaram ter meninas
anoréxicas em seus quadros.
Segundo as agências, garotas
que ainda não são modelos e
que tentam um lugar nas passarelas são mais suscetíveis à
doença do que quem já está inserida no mercado.
"Trabalho há nove anos com
modelos e nunca vi um caso de
anorexia", diz o booker (agente) Anderson Baumgartner, da
Marilyn . De acordo com ele, na
sua agência existem três nutricionistas e três psicólogos para
cuidar das modelos.
A diretora da Elite, Adriana
Leite, diz que orienta as garotas com palestras, mas afirma
que a responsabilidade é muito
mais da família do que da agência. Segundo ela, não há como
enviar um profissional para as
casas de todas as modelos.
Para Adriana Ogata, da Ford,
que oferece nutricionistas e
atendimento médico às agenciadas, há mais casos de modelos que têm compulsão alimentar do que anorexia. "As modelos sabem que, se estiverem
muito magras, não vão conseguir trabalho", afirma.
O diretor da Mega, Eli Hadid,
conta que a agência oferece almoço e jantar para as modelos,
feitos a partir de um cardápio
de nutricionista. "Grandes modelos, como Ana Hickman e
Adriana Lima, não são esquálidas. Quero gente saudável,
odeio mulheres que parecem
que vão quebrar", diz. Em sua
opinião, é essencial boa alimentação e ginástica. "[Modelo] tem que ir para academia."
Pesquisas internacionais
mostram que a anorexia atinge
mais pessoas ligadas ao mundo
da moda, mas não é um problema exclusivo dessa área. "A
anorexia afeta de 2% a 4% da
população em geral. Já entre as
pessoas que trabalham com
moda, atinge entre 4% a 8%",
diz o psiquiatra Fabio Salzano,
do ambulatório de transtornos
alimentares do HC.
Com agência internacional
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