São Paulo, terça-feira, 17 de novembro de 2009

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DUÍLIO DOMINGOS MARTINO
(1928-2009)


O implacável pesquisador da seleção

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

O engenheiro Duílio Martino, o maior estudioso da seleção brasileira, foi também um grande estraga prazeres.
Jairzinho, o Furacão de 70, soube disso quando comemorou seu centésimo jogo vestindo o manto canarinho. Duílio provou, por A mais B, que aquela era, no fundo, a partida número 102 do atacante.
Zagallo entrou na mira em 1995. Em julho, festejou o recorde de técnico que mais vezes dirigiu o time.
Estava errado: batera a meta um mês antes. O pesquisador, implacável, provava tudo com seu arquivo, iniciado no começo do século passado pelo pai, que anotava todas as informações dos jogos que via.
Tinha quase tudo ali, até dados anteriores à primeira partida da seleção, ocorrida em 1914.
Nos anos 50, Duílio assumiu os arquivos. Às vezes, batia as fichas à máquina; outras, fazia-as na mão. Em 1984, a "Placar" fez uma edição com todos os jogos da equipe, usando seus dados.
Era rigoroso e confiável, diz Juca Kfouri, que conta que Duílio se revoltava por ser superado pela informática.
Palmeirense, envolveu-se ainda com política, tendo sido preso durante a ditadura militar e participado da fundação do PSDB.
Morreu no sábado, 7, aos 80 anos, devido a várias complicações. Teve dois filhos e cinco netos. Há alguns anos, cedeu os arquivos ao amigo Mario Giannini, que trabalhara com ele na atualização dos dados.

coluna.obituario@uol.com.br


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