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DUÍLIO DOMINGOS MARTINO
(1928-2009)
O implacável pesquisador da seleção
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
O engenheiro Duílio Martino, o maior estudioso
da seleção brasileira, foi
também um grande estraga
prazeres.
Jairzinho, o Furacão de
70, soube disso quando comemorou seu centésimo jogo vestindo o manto canarinho. Duílio provou, por A
mais B, que aquela era, no
fundo, a partida número
102 do atacante.
Zagallo entrou na mira
em 1995. Em julho, festejou
o recorde de técnico que
mais vezes dirigiu o time.
Estava errado: batera a meta um mês antes. O pesquisador, implacável, provava
tudo com seu arquivo, iniciado no começo do século
passado pelo pai, que anotava todas as informações dos
jogos que via.
Tinha quase tudo ali, até
dados anteriores à primeira
partida da seleção, ocorrida
em 1914.
Nos anos 50, Duílio assumiu os arquivos. Às vezes,
batia as fichas à máquina;
outras, fazia-as na mão. Em
1984, a "Placar" fez uma edição com todos os jogos da
equipe, usando seus dados.
Era rigoroso e confiável, diz
Juca Kfouri, que conta que
Duílio se revoltava por ser
superado pela informática.
Palmeirense, envolveu-se
ainda com política, tendo sido preso durante a ditadura
militar e participado da fundação do PSDB.
Morreu no sábado, 7, aos
80 anos, devido a várias
complicações. Teve dois filhos e cinco netos. Há alguns anos, cedeu os arquivos ao amigo Mario Giannini, que trabalhara com ele
na atualização dos dados.
coluna.obituario@uol.com.br
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