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ADMINISTRAÇÃO
Área piloto de projeto da prefeitura para recuperação do centro passa a ter 242 barracas da noite para o dia
Camelôs invadem a Barão de Itapetininga
SÉRGIO DURAN
DA REPORTAGEM LOCAL
A rua Barão de Itapetininga
(centro), que desde junho do ano
passado era mantida sem a presença de camelôs por causa de um
acordo entre esses trabalhadores
e a administração municipal, foi
tomada ontem por 242 barracas
de ambulantes. Segundo comerciantes locais, a invasão teria sido
programada e feita mediante pagamento de propina a um fiscal
da Subprefeitura da Sé.
Dois comerciantes e três ambulantes ouvidos pela Folha ontem
dizem que a invasão foi combinada na última quarta-feira. Citam
um fiscal chamado Jaime como
aquele que teria cobrado para fazer vista grossa à presença irregular de camelôs na região.
Para ficar na Barão de Itapetininga, seria preciso pagar entre
R$ 20 e R$ 50 por dia, de acordo
com o tamanho da barraca. Tripés pagariam R$ 10. Segundo as
cinco pessoas ouvidas pela reportagem, a maioria dos ambulantes
recém-instalados teria vindo da
rua 25 de Março, após o aperto da
fiscalização no local.
O comerciante Carlos Beutel,
presidente da Ação Local Barão
de Itapetininga, programa da Associação Viva o Centro, diz que
soube da invasão também na
quarta. "No mesmo dia, procurei
um assessor do subprefeito da Sé
[Sérgio Torrecillas", contei sobre
o fiscal chamado Jaime, sobre o
pagamento de propina e sobre o
dia da invasão", relata.
Ontem, não havia nenhum fiscal na Barão de Itapetininga. A situação, segundo os comerciantes,
era pior do que quando a prefeitura iniciou o programa Reconstruir o Centro, há um ano e meio.
Na época, o entorno da Barão
de Itapetininga foi instituído quadrilátero piloto, local onde as políticas municipais para a organização do espaço público no centro
paulistano, como a organização
do comércio informal, seriam
aplicadas primeiro.
Na véspera do anúncio da instituição do quadrilátero, a Folha
contou as barracas instaladas na
Barão de Itapetininga. Havia 197.
Ontem, eram 242, algumas das
quais, tendas de 9 m2.
Outro lado
O subprefeito da Sé, Sérgio Torrecillas, informou, por meio de
sua assessoria, que fiscalizará hoje
a Barão de Itapetininga. Afirmou
ainda que Torrecillas não foi informado da situação da rua, por
assessores ou por fiscais, que passaram pelo local pela manhã e não
constataram a invasão dos 242
ambulantes.
A existência de um fiscal chamado Jaime na subprefeitura, nas
características descritas pelos comerciantes, foi confirmada. O fiscal, diz a assessoria, desde o dia 15
de novembro último foi deslocado para a rua 25 de Março.
Jaime integra o grupo de 80 fiscais destacados para impedir que
700 camelôs não-licenciados se
instalem na 25 de Março e imediações. Somente os que possuem licença da prefeitura -cerca de
80- podem vender no local. Os
não-autorizados têm suas mercadorias apreendidas.
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